Os capítulos em questão são: o número 32, sobre o controle financeiro, e o número 35, o mais disputado e último, sobre a normalização de relações com o Kosovo, que unilateralmente proclamou a independência da Sérvia em 2008.
O vice-presidente do Centro da política externa em Belgrado (Sérvia) Dragan Djukanovic opina que por meio das negociações sobre o capítulo 35, a União Europeia quer forçar Belgrado e Pristina (Kosovo) a começar o processo de normalização e realização dos acordos já atingidos o mais breve possível.
“A futura dinâmica das negociações dependerá precisamente dos êxitos sobre o capítulo 35”, disse.
O reconhecimento da independência de Kosovo seria a decisão ideal para a UE, mas as autoridades sérvias já têm várias vezes declarado que nunca reconhecerão a independência da sua província meridional.
A situação se torna ainda mais difícil pelo fato de, desde o início dos anos 2000, os cidadãos da Sérvia estão ouvindo declarações de altos funcionários europeus que são um exemplo de relação preconcebida com Belgrado.
Mas Lunacek nunca menciona um detalhe interessante: durante as ações contra a Sérvia em 2004, mais de 10 pessoas foram mortas, 35 igrejas foram queimadas e 738 casas destruídas. Na mesma altura, 4.000 sérvios foram expulsos de Kosovo, tudo isso na presença das missões da ONU e da OTAN, que deveriam garantir a segurança.
A mesma responsável europeia opina que Belgrado deve retirar o mandado de prisão, que continua em vigor, contra Hasim Taci, o atual chanceler de Kosovo, e antes disso – o líder terrorista do Exército de Libertação do Kosovo, responsabilizado pela morte de centenas de cidadãos não albaneses no território da província.
Os especialistas opinam que as negociações durarão pelo menos cinco anos, mas têm dificuldades em indicar quando poderão terminar.