Em uma entrevista à agência noticiosa RIA Novosti o vice-chanceler disse:
“As ações da Força Aérea dos EUA, e desde agora também as dos assim chamados especialistas norte-americanos, são uma violação escandalosa da integridade territorial da Síria. Nós não achamos que eles são insinceros em quaisquer ações na luta contra o terrorismo. Eles não coordenam as suas ações com as Forças Armadas da Síria. Portanto, qualquer violação do direito internacional faz com que essas forças [do exército dos EUA] ilegais no território da República Árabe da Síria. Não é correto dizer que eles estão lutando contra o terrorismo”, disse.
Ainda de acordo com Mikdad, o seu país manifesta-se firmemente contra a participação na coalizão islâmica recentemente criada pela Arábia Saudita, bem como em quaisquer coalizões com inclinação religiosa ou confessional.
“Terrorismo não tem nem religiões, nem confissões… O Daesh [grupo terrorista também conhecido como “Estado Islâmico”, proibido na Rússia] usa lemas religiosos para justificar a sua existência. Eu não acho que existe a diferença entre o Daesh e o governo da Arábia Saudita, que usa os mesmos métodos”, declarou Mikdad.
Ainda de acordo com o vice-chanceler sírio, o governo sírio não exclui a possibilidade da luta conjunta contra terrorismo do exército governamental e militantes do tal chamado Exército Livre da Síria (ELS) com a condição de que eles participarão nas Forças Armadas da Arábia Saudita e completamente mudarão a sua relação à chefia do país, sublinhou Mikdad.
A Síria vive desde 2011 em um estado de guerra permanente devido à qual, segundo os dados da ONU, já perdeu mais de 230 mil pessoas. As tropas do governo sírio combatem vários grupos rebeldes e organizações militares, bem como grupos terroristas, inclusive o Estado Islâmico e a Frente al-Nusra.
Recentemente (em 15 de dezembro) a Arábia Saudita formou uma coalização militar islâmica de 34 países contra o terrorismo. O centro de comando operacional unido será baseado na capital da Arábia Saudita, Riad. Segundo a declaração oficial, a coalização é criada para “resistir ao terrorismo que se tornou uma ameaça para interesses da nação islâmica” e também “partindo do direito de nações à autodefesa”.
Os Estados Unidos apoiam forças da tal chamada oposição moderada na Síria, alegando a necessidade de mudar a estrutura política no país para sucessivamente combater terrorismo. Eles também lideram a coalizão internacional, que já por mais de um ano realiza ataques aéreos contra posições de terroristas também.
Enquanto isso, os êxitos da operação russa são já reconhecidos pela comunidade internacional, a Rússia todo o tempo apresenta materiais de vídeo e fotos mostrando posições de terroristas, caminhões-cisterna com petróleo ilegalmente adquirido e transportado, entre outras coisas.
Mas os êxitos da coalizão internacional não são tão óbvios – não existem dados oficiais sobre o número de vítimas, inclusive entre civis, dos ataques aéreos deles, bem como recentemente tornou-se público que os EUA já sabiam do trafico ilegal de petróleo já por muito tempo, mas não informaram nem entidades internacionais, nem a mídia.