Na atual companhia eleitoral nos Estados Unidos, o bilionário Donald Trump parece o candidato mais controverso. Ele já foi chamado de idiota, de recrutador do Daesh, de fascista, de admirador do presidente russo Vladimir Putin. O presidenciável norte-americano também é famoso por suas declarações escandalosas, inclusive com base na fé religiosa, por exemplo, ele disse que "Nós não devemos permitir a entrada de muçulmanos nos EUA".
O site analítico What They Say About USA (O que dizem sobre os EUA) colocou na sua recente publicação a pergunta “O que Trump realmente representa?”
Embora esta retórica, especialmente sobre os muçulmanos, seja avaliada pelo site como excessiva e chocante e mesmo agressiva, ela representa exatamente aquilo que o Partido Republicano apoia.
O que é importante não é o que Trump diz, mas a escala imprudente que as suas palavras têm, sublinha o artigo.
O alvo que gera o medo tem, como de costume, origem estrangeira. Mas agora tornou-se uma questão interna de segurança, que abrange as questões de fronteiras, dos imigrantes e do terrorismo, nota o artigo.
Capitalizando na ameaça real, os presidenciáveis estão espalhando o medo entre os seus públicos-alvo, a fim de ganhar mais eleitores, porque as pessoas têm tendência a seguir aqueles líderes que proclamam coisas radicais e prometem segurança.
Tendo em conta que Donald Trump neste contexto mostra ser um candidato típico, o que ele realmente representa é a questão que analistas do site destacam e respondem.
“Este homem representa os aspetos do sistema que existem em todo o mundo. Os EUA são um país que desde o seu início tem estado aberto a muçulmanos e outros imigrantes. Os EUA são um país que, em teoria, um dia poderão ser governados por um muçulmano”, nota o site.
De acordo ainda com os analíticos, na arena política atual, a oposição ao mundo muçulmano “coloca as questões de segurança nacional num lugar mais prioritário”, o que é um desvio da política real.
Quer dizer, apresentar os muçulmanos como uma ameaça é uma tática para obter um crédito extra como candidato presidencial. Se não fosse Trump, qualquer outro candidato travaria a mesma “guerra”.
E tudo isso acontece no fundo do conhecimento geral de que os muçulmanos já se tornaram parte inseparável de sociedade norte-americana, e que esta política de agressão de curto prazo simplesmente levará ao afluxo ainda mais intenso de muçulmanos e migrantes do mundo islâmico para os EUA, opinam especialistas.