“É um ano em que a Turquia, nervosa mas politicamente mais coerente do que no ano passado, poderá dar um passo militar no norte da Síria, tentando reforçar o seu envolvimento no norte do Iraque”, escreve a Stratfor no seu prognóstico para 2016.
“A Turquia enfatizará a sua intenção de contar principalmente com os turcomenos sunitas, agentes dos rebeldes árabes, para libertar e manter os territórios com grande influência do Daesh, mas Ancara terá também um plano de reserva em caso de precisar instalar forças no terreno”, disse a Stratfor.
Parece que a deslocação de tropas no terreno não acontecerá de imediato mas, ao mesmo tempo, isso não deverá ser excluído.
Segundo a Stratfor, Ancara já “está se preparando para uma operação a oeste do rio Eufrates, no norte da Síria”. Entretanto, a empresa de inteligência não prediz quando esta operação pode ser iniciada.
É pouco provável que a iniciativa de Ancara receba apoio do governo sírio, o que deteriorará ainda mais as relações bilaterais.
Tal operação também agravará as tensões entre a Turquia e a Rússia, porque esta última foi autorizada a realizar a operação antiterrorista na Síria, inclusive nas regiões do norte. Mas isso não é o roteiro desejável para Moscou.
“A última coisa que a Rússia quer é a confrontação com a Turquia, que mantém as chaves de acesso ao Mar Negro e Mediterrâneo, mas a confrontação é algo que não se pode evitar”, escreve a Stratfor. “Nem a Turquia, nem a Rússia se podem permitir cortar as relações completamente, mas os laços comerciais deverão sofrer, enquanto é provável que os projetos estratégicos na área energética sejam adiados ainda mais”.
Parece que Ancara quer proceder a missões de treinamento. A Turquia enviará um número limitado de tropas para realizar operações de treinamento dos militantes sunitas no norte do Iraque, afirma a Stratfor.