A informação é do comissário de Sociedade e Economia Digital da União Europeia (UE), Gunther Oettinger, que cedeu entrevista ao jornal Frankfurter Allgemeinen Sonntagszeitung (FAS), publicada neste domingo (3).
"Significa muito que agora estejamos ativando o mecanismo sobre o Estado de direito e colocando Varsóvia sob supervisão", disse Oettinger.
A ferramenta poderá ser ativada no caso da Polônia durante a cúpula da Comissão Europeia em 13 de janeiro, quando os líderes do bloco deverão discutir as últimas reformas controversas avançadas pelo governo polonês.
A proposta da Comissão, de fato, é uma reação à percepção de que o partido governante Lei e Justiça (PiS), em Varsóvia, tem ignorado as advertências de Bruxelas contra as mudanças planejadas para a Constituição do país, particularmente a respeito do sistema judicial e dos meios de comunicação, que têm provocado protestos públicos na Polônia e críticas de jornalistas e políticos em nível internacional.
Antes que a lei fosse aprovada, o Vice-Presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, escreveu a segunda de duas cartas endereçadas aos ministros das Relações Exteriores e da Justiça da Polônia, alertando que os planos do novo governo violavam a legislação da UE.
"A liberdade e o pluralismo dos meios de comunicação são cruciais para uma sociedade pluralista em um Estado-Membro que respeite os valores comuns em que se baseia a União" escreveu, Timmermans, citado pelo FAS.
O comissário já havia escrito a Varsóvia em 23 de dezembro para reclamar sobre as alterações à lei tribunal constitucional da Polônia, que removeram um parágrafo que garantia a independência do tribunal. O presidente, no entanto, assinou e fez a lei entrar em vigor em 28 de dezembro.
A medida, em grande parte simbólica, foi tomada porque o partido austríaco Liberdade, de extrema-direita, liderado por Jorg Haider, se unira à coalizão governista do país. As sanções diplomáticas congelaram as relações bilaterais da UE com a Áustria por vários meses, embora a participação do país nas comissões da UE não tenha sido afetada.