Zarabatana e subida de açaizeiro: Alto Solimões realiza 3.ª Olimpíada Indígena

O evento esportivo vai reunir pelo menos 20 comunidades indígenas brasileiras de pelo menos 6 etnias do Alto Solimões, e tem como objetivo promover as práticas esportivas tradicionais e não tradicionais para  jovens índios, principalmente aqueles que enfrentam problemas com alcoolismo e drogas. A ideia é possibilitar através da qualidade de vida e saúde a conscientização com relação ao uso de entorpecentes e especialmente resgatar internamente as práticas culturais e tradicionais, através de brincadeiras, música e danças.

A Olimpíada é realizada pela Paróquia São Francisco de Assis e tem o apoio da Diocese do Alto Solimões. Para um dos organizadores da competição, Frei Paulo Braguini, o evento visa a reunir o maior número de participantes e visitantes para promover o intercâmbio cultural, esportivo e social.

“A expectativa é acolher um número muito grande, que seja um momento de fraternidade e intercâmbio cultural. É tão difícil os índios da etnia Matis se encontrarem com os índios Ticunas e Marumbos, e assim por diante, com as outras etnias como Cocama, Kanamari, Cambeba. Então, é um momento de conhecimento por parte de todas as etnias. Cada comunidade de qualquer etnia que seja do Alto Solimões pode participar de todas as modalidades previstas.”

A primeira edição das Olimpíadas Indígenas aconteceu em fevereiro de 2010, e a segunda em abril de 2012. Esta terceira edição das Olimpíadas Indígenas do Eware tem 8 modalidades de jogos esportivos não tradicionais indígenas, masculinos e femininos, como futebol de quadra, voleibol, handebol, maratona de revezamento, salto em distância, 100 metros rasos, queda de braço e duathlon (corrida e natação).

Já entre as modalidades esportivas tradicionais dos índios estão: disputa de arremesso de lança, subida e descida de açaizeiro, arco e flecha, tiro com baladeira, natação, zarabatana, canoagem tradicional, racha lenha, coquita e cabo de guerra.