Os exemplos mais recentes incluem o silêncio de Washington diante da execução do clérigo xiita Sheikh Nimr al-Nimr, crítico proeminente da família real saudita, e diante da derrubada de um bombardeiro russo no espaço aéreo sírio por parte da Turquia.
"O fato de que o governo Obama não pôde expressar sua repulsa em relação à decapitação em massa [promovida pela Arábia] Saudita (juntamente com alguns pelotões de fuzilamento) de 47 homens, incluindo Nimr, no fim de semana, fala alto. O Presidente Barack Obama e outros ‘insiders’ continuam a pisar em casca de ovos em torno das desagradáveis ‘alianças’ dos EUA no Oriente Médio", escreveu Parry.
Segue-se então que a defesa de "cada ultraje recorrente dos sauditas, qatarianos e turcos" envolve tentativas de "virar o script e de alguma forma colocar a culpa sobre o Irã, a Síria e a Rússia", afirma o jornalista.
Ele também mencionou as implicações da estratégia de "mudança de regime" defendida pela linha dura dos EUA.
"Não só a obsessão neoconservadora/liberal-intervencionista com a 'mudança de regime' transformou o Oriente Médio em um vasto campo de matança, como também já espalhou instabilidade para dentro da Europa, onde o tecido da União Europeia está sendo rasgado por dissensões sobre como lidar com milhões de refugiados sírios", observou.
"No que diz respeito à oficialidade de Washington, realmente não importa o que [o presidente sírio, Bashar] Assad fez ou não fez. O que é importante é que a 'mudança de regime' na Síria tem estado na lista de tarefas a cumprir dos neoconservadores pelo menos desde meados da década de 1990 – ao lado da brilhante ideia de uma ‘mudança de regime’ no Iraque", observou o autor, não sem uma pitada de ironia.