Em 12 de janeiro, no centro histórico da cidade de Istambul, um homem-bomba detonou um engenho explosivo que causou 10 mortes e 15 feridos. A maior parte de vítimas era de origem alemã.
“Pela primeira vez, um militante estrangeiro realizou um ataque terrorista na Turquia, escolhendo como alvo um grupo de turistas estrangeiros. Assim, trata-se de um atentado cometido por um estrangeiro contra estrangeiros”, disse Gurcan.
O especialista disse que a causa principal de preocupação e o principal alvo de atenção devem ser os jovens radicalizados.
“Trata-se de um grande número de jovens, prontos a perder a sua vida para tirar as vidas dos outros. Eles não estão somente prontos para isso, eles dão passos concretos para o pôr em prática.”
Gurcan afirmou que, após treinarem por 2-3 semanas e receberem armas e explosivos, os jovens se tornam “numa bomba de efeito retardado que pode detonar em qualquer lugar”.
“Estamos no patamar de grandes choques e o atentado em Istambul é o prenúncio de uma série de ataques terroristas”, afirmou.
Koray Gurbuz, especialista militar da Universidade de Bilkent em Ancara, opina que o objetivo principal do atentado em Istambul é enfraquecer a Turquia economicamente. É bem conhecido que a Turquia ganha 40-50 bilhões de dólares anualmente com o turismo.
Se a Turquia está interessada em assegurar a segurança dos seus cidadãos, deve iniciar a luta contra o Daesh porque os grupos terroristas no Oriente Médio “são fantoches nas mãos do Ocidente, que visam fragmentar a Turquia”, disse Gurbuz.
Ao invés de se aproximar do Daesh, da Frente al-Nusra ou de outros grupos terroristas, a Turquia tem de restaurar o diálogo com as autoridades legítimas da Síria e cooperar com o governo central iraquiano. Somente respeitando a soberania dos seus vizinhos a Turquia poderá travar uma luta eficaz contra o terrorismo. Na opinião do especialista, a Turquia irá introduzir em breve alterações na sua política nesta área.