Segundo ele, a Rússia voltará a Estrasburgo somente nas condições de direitos iguais e no caso de haver garantias de serem novamente concedidos todos os plenos poderes à delegação.
“Segundo manifestou o porta-voz da Duma de Estado [câmara baixa do parlamento russo] Sergei Naryshkin, não iremos suportar qualquer discriminação; quaisquer sanções em relação à delegação da Federação da Rússia são inaceitáveis”, sublinhou Slutsky, que é vice-chefe da delação russa na APCE.
A professora Evgenia Voiko, da cátedra de Ciência Aplicada da Universidade Financeira junto ao Governo russo, considera a decisão da delegação russa de desistir de participação da sessão de inverno da APCE bastante lógica.
“Durante o tempo que passou desde a privação da Rússia do direito de voto não houve sinais positivos por parte dos membros da APCE… Por isso, tal decisão é lógica em muitos aspectos. Moscou mostra assim que não está pronta para escutar mais uma série de acusações, críticas que houve no ano passado. Ela está pronta a propor a sua própria agenda… mas só caso o diálogo aconteça realmente e seja igual em direitos”, disse Evgenia Voiko à rádio Sputnik.
“Neste momento a possibilidade de tal cenário é mínima. Já passou um ano, mas ainda não há sinais de que a Rússia possa recuperar, pelo menos parcialmente, o direito de voto e que os poderes russos sejam pelo menos parcialmente reestabelecidos. E eu acho que a crítica irá somente crescer, a pressão irá aumentar, tanto por causa das ações externas da Rússia, como internas”, explicou a especialista.
Em geral, segundo Evgenia Voiko, a Rússia de fato não irá perder nada desistindo da participação na APCE.
No fim de janeiro 2015 a APCE, por causa da situação na Ucrânia, aprovou uma resolução na qual privou a delegação russa do direito de voto, direito de participação na atividade dos órgãos instituintes e no monitoramento das eleições nos vários países. Em resposta, a delegação russa abandonou a Assembleia até o fim de 2015.
Anteriormente, o deputado Vasily Likhachev, membro da delegação da Rússia na Assembleia, manifestou que o formato de participação da delegação russa na sessão da APCE em janeiro estava sendo elaborado e que a decisão seria tomada na sequência de consultas com a Duma de Estado, Conselho da Federação [câmara alta do parlamento russo], da chancelaria e Conselho de Segurança.