Os ministros dos dois países disseram que, há tempos, grande parte do petróleo comercializado pelo Daesh passa pela Turquia, que acaba financiando o terrorismo através dessas transações.
Afghahi explicou que o incidente com o caça russo Su-24, abatido pelas forças turcas na Síria, foi o ponto de partida para uma grande crise nas relações entre a Turquia e a Rússia. Um fato totalmente inesperado que acabou causando grandes prejuízos ao próprio governo turco. Depois do incidente, Moscou intensificou ainda mais os seus ataques contra posições terroristas do Daesh na Síria, forçando os EUA a também aumentar a propaganda da sua luta contra o terrorismo no país árabe, criando, inclusive, uma coalizão de 5-6 países nesse sentido, explicou o especialista.
"O mundo viu que essas declarações dos EUA não correspondem à realidade e são mentirosas. E, para negar isso, os EUA realizaram apenas alguns ataques aéreos simbólicos, demonstrativos e sem alvos reais. Mas imagens de satélite, vídeos e os muitos dados de investigações militares mostraram que, na realidade, os EUA estão apoiando o Daesh" – disse Afghahi.
"Hoje, como vemos, chegou a hora de Erdogan renunciar. Já que um dos mais próximos e tradicionais parceiros da Turquia na região – Israel – declarou através de seu ministro de Defesa Moshe Ya'alon, que dispõe de valiosas e detalhadas informações militares sobre a situação na Síria, que Israel possui provas confirmando a cooperação da Turquia com o Daesh. Inclusive, de que Ancara vem comprando petróleo roubado dos terroristas" – disse o diplomata iraniano.
"No geral, pode-se concluir que as últimas declarações de Moshe Ya'alon estão ligadas a questões de segurança, troca de informações, estratégia militar e pressão psicológica sobre a Turquia, que deverá responder a essas declarações do ministro israelense, e não ficar quieta. Afinal, se forem apresentadas provas para as declarações de Ya'alon, então, no mínimo, Erdogan deverá renunciar, já que (…), dessa vez, as declarações foram feitas por um país com quem a Turquia gostaria de melhorar suas relações" – explicou Afghahi.
Na opinião do diplomata iraniano, todas essas circunstâncias levam Erdogan para um beco sem saída, do qual ele não conseguirá se livrar facilmente. Resta agora, esperar qual será a resposta da Turquia às acusações de Israel e Grécia sobre seu envolvimento no comércio de petróleo ilegal de terroristas.