Se a autorização for concedida e a medida for aprovada pelo Parlamento boliviano, Morales poderá se habilitar à eleição presidencial de 2019. Uma vez eleito, permanecerá no poder até 2025.
Em entrevista à emissora colombiana de TV Abya Yala, Juan Ramón Quintana citou instituições norte-americanas, entre as quais o National Endowment for Democracy (NED), como financiadoras da mídia oposicionista. Quintana disse ainda que esta entidade é fortemente dependente do Departamento de Estado, que a proveria de verbas para promover estes financiamentos.
Analisando as declarações de Juan Ramón Quintana, Creomar de Souza, da Universidade Católica de Brasília, destacou em entrevista à Sputnik Brasil que “este é um momento bastante característico da história boliviana, no qual um determinado grupo político que foi de oposição ao longo de sua história e bastante desarticulado – que eram as lideranças indígenas sob os auspícios de Evo Morales – alcançou o poder, conquistou vantagens estratégicas mas também a necessidade de lidar com o fardo de ter poder”.
“Então”, diz Creomar de Souza, “existem críticas sobre aquilo que não se faz, aquilo que se deixou de fazer e aquilo que ainda está por ser feito. Neste sentido, acaba sendo necessário não só prestar contas daquilo que efetivamente tem sido feito, justificar o que não foi feito e encontrar também elementos justificadores para algum eventual acidente de percurso que marque o seu caminho.”
“O que podemos depreender desse processo todo é que a pressão que se coloca a partir de uma votação tão importante mobiliza tanto quem é favorável ao Presidente Morales quanto quem é contrário. A partir dessas mobilizações, vemos o crescimento do tom do discurso. A oposição vai bater mais pesado na ideia de que não é positivo para o sistema que o presidente possa se candidatar mais uma vez, e a situação vai bater muito forte no sentido de dizer que a melhor coisa que pode acontecer é que o presidente seja candidato e que a regra merece ser mudada, porque isso seria bom a todos.”