“Nós iremos fazer uma parceria com o governo americano, com o Presidente Obama, que nós conversamos, para estabelecer a nossa capacitação e para melhorá-la, no sentido de criarmos o quanto antes uma vacina para o zika vírus. O Instituto Butantã, em São Paulo, que tem uma parceria com o Instituto Nacional de Saúde americano, está conseguindo desenvolver uma vacina contra os quatro sorotipos da dengue. Esse desenvolvimento está na fase três, a fase mais avançada. O desenvolvimento dessa vacina, que tem características melhores do que as demais disponíveis, pode também nos facilitar nesse imenso combate contra o zika vírus, e, assim, contra a microcefalia”.
Durante o contato de Marcelo Castro com a secretária de Saúde norte americana, os dois reafirmaram o compromisso dos países no combate ao mosquito Aedes aegypti, e se comprometeram a acelerar as investigações que já estão em curso sobre a ligação de infecções causadas pelo mosquito aos casos de microcefalia e de guillain-barré, doença neurológica.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) também se colocou à disposição do Brasil para trabalhar no combate ao mosquito. Desde que o Brasil decretou emergência de saúde pública nacional em 11 de novembro de 2015, o CDC tem atuado em parceria com o Ministério da Saúde brasileiro.
Ao final da conversa, ficou acertada uma reunião para o dia 20 de fevereiro, no Brasil, entre técnicos do National Institutes of Health (NIH), do CDC, do Ministério da Saúde do Brasil, do Instituto Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Butantan, entre outros especialistas convidados.
De acordo com o ministro da Saúde, o governo brasileiro vai realizar no dia 13 de fevereiro uma mobilização nacional de combate ao Aedes aegypti, com a participação das Forças Armadas orientando a população sobre a necessidade de acabar com os focos do mosquito.
“As Forças Armadas, agora, no dia 13/2, vão colocar 220 mil militares das três armas nas ruas, distribuindo panfletos, conscientizando e apelando à sociedade brasileira para abraçar essa causa”.
O Ministério da Educação também se engajou nas ações nacionais de combate ao Aedes aegypti, com o lançamento da campanha Zika Zero. De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a iniciativa visa a eliminar o mosquito através da mobilização de estudantes, professores e servidores ligados à educação básica, tecnológica e superior. Para Mercadante, somente através da educação será possível informar e educar os brasileiros sobre a necessidade de se prevenir contra as doenças transmitidas pelo Aedes aegytpi.
“Acho que a única força social verdadeiramente capaz de mobilizar o Brasil e enfrentar essa questão somos nós da Educação. Se nós olharmos da creche à pós-graduação, setor público e privado, professores, servidores da educação e estudantes, nós somos 60 milhões de brasileiros organizados por sala de aula".
A campanha Zika Zero nas escolas vai ter duração de pelo menos três anos. As informações sobre as formas de erradicação do mosquito e identificação da doença para os estudantes vão ser encaminhadas através das redes sociais federais, distritais, estaduais e municipais de educação, com distribuição de cartilha nas escolas.
Na próxima quinta-feira (4), os secretários de Educação de 115 cidades, que são as mais infestadas pelo mosquito, vão assinar um pacto nacional da Educação contra o zika.
“Nós queremos chamar para assinar o pacto todas as entidades na quinta-feira (4), mas a única resposta eficiente, a única vacina que nós temos é a consciência, a participação e a mobilização. É matar o mosquito antes de ele nascer. Não tem outra resposta neste momento”, afirmou Mercadante.
O Conselho Nacional de Saúde também discutiu a participação social no combate ao Aedes aegypti. Representantes da sociedade civil, do governo e de trabalhadores da saúde participaram da reunião do Conselho, que teve como tema o Controle Social nas ações de combate ao mosquito.
Durante o encontro na terça-feira (2), o Coordenador da Sala Nacional de Controle do Plano de Combate ao Aedes aegypti, Marcus Quito, falou sobre a importância da sociedade para que as ações de mobilização nacional do governo tenham resultados positivos na erradicação dos focos do mosquito:
“Esse diálogo com a comunidade, esse diálogo com a participação social é determinante para que nós possamos ter maior eficiência e eficácia dos meios que são empregados hoje no campo do enfrentamento do vetor”.
Conforme o novo boletim divulgado no dia 2 de fevereiro pelo Ministério da Saúde, o Brasil está com 3.670 casos suspeitos de microcefalia sob investigação, enquanto outros 404 casos já foram confirmados no país.