China prepara reviravolta mais política que econômica no agronegócio

© AFP 2023 / MICHAEL BUHOLZERLogotipo do gigante do mercado de agrotóxicos suiço Syngenta no edifício da sua sede em Basileia, Suiça, 3 de fevereiro de 2016
Logotipo do gigante do mercado de agrotóxicos suiço Syngenta no edifício da sua sede em Basileia, Suiça, 3 de fevereiro de 2016 - Sputnik Brasil
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A empresa estatal chinesa China National Chemical Corp. pretende comprar a empresa suíça Syngenta, produtora de pesticidas. O negócio deverá ser implementado até o fim deste ano.

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A empresa chinesa compra um dos líderes na área de produção de químicos agrícolas por 43 bilhões de dólares. Esta fusão poderá vir a alterar a situação no mercado global de produtos químicos agrícolas. A ChemChina passará a ser o ator principal. Comprando a Syngenta, a China obtém não somente ativos físicos, mas também um leque de patentes, licenças e projetos científicos. A Syngenta ocupa 19% do mercado de agrotóxicos, segundo a publicação brasileira Carta Maior. Depois da fusão, a empresa unida controlará 24% do mercado global.

O especialista financeiro russo Dmitry Taras destacou que o monopolista americano na produção de pesticidas, a Monsanto, também fez uma oferta à Syngenta no ano passado. Os americanos ofereceram ainda mais dinheiro que os chineses, mas a sua oferta foi rejeitada. A Monsanto ofereceu uma absorção, enquanto os chineses propuseram uma fusão com a preservação da marca e da sede. Na opinião do especialista, isso mostra a flexibilidade das empresas chinesas, que estão dispostas a comprar com condições mutuamente aceitáveis, ao contrário aos americanos.

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Segundo a mídia russa, este contrato também pode ajudar a China a alimentar a sua população crescente. A população chinesa representa 19% da mundial. A China é o maior consumidor de grãos do mundo e um dos maiores consumidores de carne. 

Ao mesmo tempo, a Carta Maior destaca que o contrato não tem a ver com o aumento da produção de alimentos no país. A China “pretende reduzir a área de plantio de milho em 25%” e aspira a subir o preço do milho dentro do país. Além disso, na China é proibido cultivar milho transgênico.

Agora há uma recessão no mercado de agrotóxicos e sementes transgênicas, mas a China pode usar este momento para aumentar a sua cota-parte no mercado.

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Os especialistas chineses afirmam que a compra da Syngenta é um passo para modernizar o setor agrícola do país. A compra corresponde aos interesses da China, que tenciona se tornar uma potência agrícola e reestruturar a sua economia.

O especialista do Instituto da Europa da Academia de Ciências da Rússia, Vladislav Belov, sublinhou que a compra da Syngenta é uma manifestação da estratégia chinesa de investir nas indústrias que permitem ao país de consolidar as suas posições nos mercados globais. Por isso, a China é muito ativa no mercado de fusões e absorções.

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