“Antes da nossa operação, a situação político-militar não se desenvolvia a favor de Damasco… Parecia que teríamos um cenário em que a oposição armada venceria e o regime atual seria derrubado pela força”. Após o início da operação russa, disse, o equilíbrio de forças mudou cardinalmente, já que muitos viram que eram possíveis outras variantes de resolução da crise.
Como resultado, apareceu a Resolução 2254 do Conselho de Segurança, segundo a qual é preciso atingir um cessar-fogo. No entanto, o embaixador destacou que o cessar-fogo não deve abranger o combate aos terroristas.
“Ao contrário, todos os sírios devem começar a lutar contra o Estado Islâmico, Frente al-Nusra e estruturas parecidas, se elas forem reconhecidas como terroristas. No momento, na lista das organizações terroristas estão somente duas, mas os trabalhos continuam”, afirmou Aleksander Kinschak.
Quanto à oposição síria, não pode encontrar um líder: há um comité formado por Riad, ativistas e organizadores dos encontros no Cairo e Moscou, opositores-emigrantes. Além disso, não se pode ignorar a opinião dos curdos. No entanto, a maior razão do congelamento das negociações é a falta da vontade por parte do governo sírio de negociar com eles.
Ao mesmo tempo, representantes do Jaysh al-Islam e Ahrar al-Sham foram convidados a participar das negociações.
“Acho que tal foi feito intencionalmente para a delegação do governo sírio se recusar a contatar com eles, pois se sabia com antecedência que Damasco não desejava lidar com terroristas”.
Aleksander Kinschak sublinhou que o exército do governo sírio continuará o seu avanço bem-sucedido e que, por isso, os que estão do lado dos militantes devem entender que o tempo joga contra eles. Damasco não vai partilhar o poder com aqueles que vençam no campo de batalha.
No entanto, o embaixador considera que tal desenvolvimento da situação não assegurará a paz douradora no país.
Segundo ele, as empresas russas estão interessadas em muitos projetos, por exemplo, em Latakia foi aberto um centro econômico para aperfeiçoar as operações de exportações e importações, embora não se possa considerar a Rússia como o patrocinador principal.
Quanto à ajuda humanitária, a Rússia continuará os seus esforços. Além disso, a Síria já destinou um lote de terra em Damasco para construir uma escola russa.