"A Turquia e a Alemanha vão juntas recomendar à OTAN (…) [que a organização] se envolva sobre as consequências do fluxo de refugiados da Síria", disse o primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, em uma entrevista coletiva conjunta com a chanceler alemã Angela Merkel. "Em particular, vamos fazer um esforço conjunto para o uso efetivo de mecanismos de observação e monitoramento da OTAN na fronteira e no Mar Egeu", acrescentou o premiê turco.
A proposta turco-alemã, aparentemente, pegou a Aliança desprevenida, segundo relata a publicação especializada em jornalismo político, citando declarações feitas por um funcionário anônimo na sede da organização em Bruxelas:
"Perguntamo-nos qual é o projeto, e por que a OTAN?", teria dito a fonte, ressaltando que a questão dos fluxos de refugiados "não é realmente um trabalho da OTAN".
A proposta de Berlim e Ancara foi anunciada às vésperas de uma reunião dos ministros da Defesa da OTAN, que acontece nesta quarta (10) e quinta-feira (11).
"Eu espero que o ministro turco nos forneça mais detalhes quando nos encontrarmos amanhã [hoje] e que os ministros abordem esta questão", disse o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg. "Acho que vamos levar muito a sério um pedido da Turquia e todos os nossos aliados para averiguar o que a OTAN poderia fazer para enfrentar e lidar com a crise e com todos os desafios que eles enfrentam, ou, pelo menos, a Turquia", acrescentou.
O embaixador dos EUA na OTAN, Douglas Lute, também não se mostrou muito acolhedor sobre a ideia de envolver a Aliança no problema dos refugiados, lembrando que a resposta à crise constitui principalmente um trabalho da União Europeia.