A declaração foi feita no contexto da recusa de Washington em considerar organizações curdas na Síria como grupos terroristas.
"Olhe os EUA (…). Como eles nunca os reconheceram [as organizações curdas como grupos radicais], a região se converteu em um banho de sangue", declarou Erdogan, em discurso a funcionários provinciais em Ancara nesta quarta-feira, conforme citado pela RT.
Os EUA consideram como terrorista o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo), que se opõe ao governo turco e procura fundar um Estado nacional desde 1984, mas apoiam os curdos sírios que lutam contra o Daesh (Estado Islâmico), isto é, as Unidades de Proteção Popular (YPG) e o Partido de União Democrática (PYD), que constituem uma das principais forças de resistência ao avanço do grupo jihadista na região.
"Estão [os EUA] do nosso lado ou do lado dos terroristas do PYD e do PKK?", perguntou Erdogan, irritado.
Na terça-feira (9), o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, John Kirby, disse que Washington não só "não considera o partido dos curdos sírios como terrorista" como, pelo contrário, reconhece que seus membros são "combatentes eficazes contra o Estado Islâmico no território da Síria".
Em resposta, Ancara convocou o embaixador dos EUA, John Bass, para expressar o "mal-estar" do governo turco diante da declaração.