Questionado por sua entrevistadora sobre o que poderia ser feito para encerrar a chamada "agressão" russa na Ucrânia, Dukaczewski rebateu com outra pergunta:
"Senhora entrevistadora, meu colega chamou atenção com motivo para o fato de que o mundo é um lugar complexo. Por que não recebemos a reação que esperávamos na questão ucraniana? Porque os americanos têm problemas com o Daesh e com o Irã. Sem a Rússia, nem a primeira nem a segunda questão podem ser resolvidas. Os franceses também têm problemas e precisam da Rússia."
"No momento, nem estamos falando da Crimeia. Não estamos dizendo que a Crimeia deveria ser devolvida à Ucrânia. Não estamos falando nem de Donetsk e Donbass. Agora, estamos discutindo se a Rússia nos ajudará a solucionar o problema do Irã. A Rússia está armando o Irã e a Síria. Está construindo áreas inacessíveis a outros países. A Rússia está estabelecendo sua posição — e quer ser um ator estratégico, não apenas local", completou Dukaczewski.
"A questão", sugeriu o general Skrzypczak, "é se o mundo precisa da Rússia. Acredito que o mundo precisa da Rússia, bastante, e o mesmo vale para os Estados Unidos porque a Rússia está adquirindo para si um grande fardo em relação ao que está acontecendo no Oriente Médio, isto é, participando da operação contra o Estado Islâmico (Daesh)."
"A Europa", frisou Skrzypczak, "olha para a Rússia diferentemente de como os poloneses o fazem. Isso acontece porque o Ocidente claramente vê que a Rússia está lidando de forma eficaz com os terroristas em uma campanha para destruí-los completamente. Sei que essa campanha vem sendo criticada porque houve mortes de civis, mas tenho uma pergunta: quando os americanos executam bombardeios, não há mortes de civis? É um problema constante. Os americanos estiveram no Iraque, no Afeganistão e também houve mortes de civis."
Ao ouvir de sua entrevistadora a teoria de que a operação aérea da Rússia não havia fortalecido a luta contra o Daesh, mas apenas fortalecido o regime de Assad e ameaçado Angela Merkel politicamente, o general Dukaczewski rebateu:
"É uma tese ambiciosa, mas é importante observar, principalmente, que Putin não guardou segredo sobre suas intenções. Ele seguidamente ressaltou que a posição de Assad deveria ser fortalecida em um momento em que todo o Ocidente dizia ‘Assad deve sair.’ Putin considerou que deve ser feito tudo possível para não repetir o erro cometida na Líbia, onde o coronel Muammar Kadhafi foi eliminado. De repente, os portões da Europa se abriram e agora temos imigrantes da África que antes estavam na Líbia."