Os aviões Super Tucano A-29 estão chegando ao Afeganistão através dos Estados Unidos, que estão comprando as aeronaves em lotes e os repassando ao Governo afegão. O pacote inicial envolve cifras da ordem de US$ 428 milhões e inclui, além dos aviões, assistência técnica, peças de reposição, manutenção e treinamento constante dos pilotos.
Os primeiros quatro aviões foram desembarcados em Cabul no dia 15 de janeiro. Até novembro, um segundo lote de mais quatro aviões chegará à capital do Afeganistão. No primeiro semestre de 2017, irão mais quatro aviões, e no decorrer de 2018 a frota estará completada.
O jornalista Pedro Paulo Rezende, especialista em assuntos militares, descreve para a Sputnik Brasil o Super Tucano A-29, “um avião de projeto da Embraer fabricado em associação com a Sierra Nevada, corporação norte-americana. Essa versão é que é exportada para o Afeganistão e para o Líbano, que também se interessou pelo mesmo aparelho”.
Segundo Rezende, “o Super Tucano A-29 desenvolve 300 nós de velocidade, em torno de 560 km/h, é equipado com motor turboélice de fabricação canadense, com equipamentos de mira laser que permitem um alto grau de precisão no uso de bombas guiadas. Ele pode ser empregado com mísseis antitanque e tem certa capacidade de autodefesa com dois mísseis ar-ar”.
O total da encomenda feita pelos Estados Unidos, segundo o especialista em assuntos militares, pode chegar a 150. “O primeiro lote foi de 24 aviões. Havia uma expectativa muito grande, da Embraer e de toda a indústria de defesa brasileira, dentro dessa encomenda. Estavam previstos 150 aviões, mas se fechou em 24. Esta negociação com os EUA começou em 2009.”
Pedro Paulo Rezende conta ainda que o Irã também tem interesse no Super Tucano A-29, “mas há a possibilidade de extensão do embargo norte-americano em função do desenvolvimento de misseis balísticos pelo Irã”.
“Os EUA podem embargar a venda porque esses aviões têm equipamentos americanos, e isso já causou um embargo anterior quando a Venezuela mostrou interesse em adquirir 12 aviões AMXM brasileiros e 12 Super Tucanos, e os EUA, ainda no Governo Bush, impediram a concretização do negócio.”