O cientista político Dusan Prorokovic opina que, se Pristina declarasse a independência agora, o número de países prontos a reconhecer o novo país seria duas vezes menor por causa dos acontecimentos que se seguiram à independência de Kosovo na Ossétia do Sul, na Abkhazia e na Ucrânia.
“Muitos países da UE tinham uma posição cautelosa em relação a Kosovo. Eles gastaram muito tempo a tomar a decisão mas afinal das contas eles acabaram por o fazer sob pressão dos EUA. Só que, na altura, eles precisaram de dois ou três anos e agora eles levariam 10 ou 15 para pensar”, diz Prorokovic.
“Era igual para eles reconhecerem Kosovo ou a existência de vida em Marte. Eles não serão responsabilizados pelo reconhecimento de Kosovo… o reconhecimento de Kosovo é um tipo de flash mob e não a determinação do destino da região”.
Em entrevista à Sputnik, Fadil Lepaja, diretor do Centro de Estudos Balcânicos em Pristina, confirmou que os albaneses continuam achando que Belgrado é o único obstáculo que lhes impede de alcançar os seus objetivos. Respondendo à pergunta sobre se Kosovo pode ser considerado um Estado independente, Lepaja responde de uma forma diplomática:
“Eu acho que Kosovo é independente na medida em que ele conseguiu superar todos os obstáculos criados pelos diplomatas e políticos sérvios para impedir que o nosso país seja reconhecido. Todos os países da União Europeia que hesitam em reconhecer ou não, não o fazem porque, caso contrário, podem estragar as suas relações com a Sérvia”.
Contudo, se acreditarmos nas palavras de Lepaja, já nos próximos anos, os dois Estados vizinhos (a Sérvia e Kosovo) irão ingressar na “família” europeia.
Já o especialista mencionado, o sérvio Prorokovic, duvida deste prognóstico:
“Eu não estou certo de que a posição favorável à continuação desta experiência terá predominância dentro da União Europeia. Eu também não sei se sobrarão forças e meios nos EUA para fomentar este projeto político no futuro”.