Já as expectativas financeiras da Petrobras, anunciadas pelo presidente da empresa, Aldemir Bendine, durante o início da operação da área de Lula Alto, na Bacia de Santos, foram recebidas com prudência no mercado. Entre as expectativas está a emissão externa, ainda este ano, de US$ 14,4 bilhões, para reduzir a dívida da companhia de US$ 130 bilhões.
Mesmo sem citar negociações em curso, Bendine disse que a empresa estuda a venda de parte de ativos fora da área de exploração e produção, seja na área de distribuição, com a BR, como da frota, a Transpetro e mesmo terméletricas. O dirigente reconheceu que a estatal passa por um período de desafios, mas que a situação não é tão grave como descrita nos noticiários.
Para demonstrar a capacidade de investimento da empresa, Bendine lembrou que só no ano passado foram investidos US$ 20 bilhões, dos quis 82% em exploração e produção.
Para Herzberg, porénm o quadro não é tão favorável como descreve o presidente da estatal.
Dados da consultoria Economatica revelam que o valor de mercado da Petrobras era de US$ 510,31 bilhões em maio de 2008 – início da crise financeira mundial devido ao estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos – e em janeiro deste ano estava em US$ 73,7 bilhões, uma redução de 85%. A cotação também rompeu outro recorde histórico de baixa, sendo negociada pela primeira vez abaixo de R$ 5 por ação.
“Como se diz no mercado financeiro: o mercado não leva desaforo para casa. O valor das ações de uma empresa corresponde à percepção que o mercado tem para a capacidade dela realizar resultados, e de fato a Petrobras parou até de pagar dividendos para os acionistas. Eles (dividendos) já eram pequenos, talvez 1% a 2% do valor investido. Esse enorme despencada do preço das ações apenas reflete a realidade, que é uma empresa endividada, que não gera lucro como os investidores gostariam de ver como outras impressas ao redor do mundo. Os principais investidores internacionais da Petrobras venderam suas ações por uma questão de falta de confiança. Essa é uma resposta objetiva do mercado, não é uma manobra política.”