“A explosão ocorreu no momento quando os deputados do nosso grupo parlamentar estavam no edifício do parlamento. Nós entendemos que foi uma explosão de bomba, saímos do edifício do parlamento e reparamos uma coluna de fumaça”, lembrou o parlamentar turco do Partido Republicano do Povo.
“O epicentro da explosão fica a cerca de 100 metros do edifício do Estado-Maior e Comando da Marinha. É o centro estratégico da capital turca”, indignou-se Erdem.
“Reparamos um quadro terrível no local do acontecimento: numerosos corpos queimados e os seus fragmentos estavam por todo o lado no chão… Infelizmente mais uma vez enfrentamos a essência violenta e desumana”.
Erdem criticou as autoridades turcos por terem deixado acontecer tal atentado quase no coração do Estado turco:
“Aquele fato que a explosão aconteceu mesmo neste bairro de Ancara, no seu centro estratégico, mostra a presença de problemas muito sérios e lacunas na área de garantia de segurança no país. Sem dúvida, ainda é cedo para tirar conclusões concretas, isto será possível somente depois de uma investigação escrupulosa ser realizada e todos os detalhes do ato terrorista serem analisados”, disse.
Aleksei Martynov, cientista político e diretor do instituto Internacional dos Estados Novíssimos, acusa as próprias autoridades turcas não de negligência, mas sim de crime premeditado:
“Este atentado foi provocado. Vemos a histeria com qual Erdogan e o seu entrono pretende entrar na Síria. Parece que Erdogan atravessou a linha quando ele está pronto a sacrificar as vidas não só de militares, mas de civis também em prol de provocação, em prol de motivos efêmeros para iniciar uma operação terrestre na Síria”.
Outro cientista político, especialista em problemas de países do Oriente Médio e Cáucaso Stanislav Tarasov fala de “fracasso da política interna e externa da Turquia” e até sobre “agonia e degradação”.
Lembramos que, no dia 24 de novembro, um caça F-16 turco abateu um bombardeiro Su-24 russo com dois pilotos a bordo no espaço aéreo sírio quando este regressava à base de uma operação antiterrorista. Na ocasião, Ancara alegou que a aeronave russa havia entrado no espaço aéreo da Turquia. Tanto o Estado-Maior russo quando o Comando de Defesa Aérea da Síria confirmaram que o jato russo nunca esteve no espaço aéreo da Turquia. As relações russo-turcas se deterioraram na sequência do abatimento do avião russo.