D. Odilo esteve presente às celebrações do Patriarca Kirill e classificou aquele momento como de vital importância para a Rússia e para o Brasil. Em entrevista à Sputnik Brasil, o Cardeal de São Paulo declarou que por meio das duas religiões – Católica Apostólica Romana e Ortodoxa Russa – os povos dos dois países se tornam ainda mais próximos.
Na conversa com Sputnik, Dom Odilo Scherer lembrou ainda que o Patriarca Kirill chegou ao Brasil uma semana após ter se encontrado com o Papa Francisco em Havana, dando início ao processo de reaproximação entre as duas Igrejas.
Dom Odilo Scherer revelou suas impressões da visita do Patriarca Kirill a São Paulo e conta que após a celebração da missa houve um momento protocolar de algumas autoridades religiosas e civis com o Patriarca, “e naquela ocasião tive oportunidade de saudá-lo e também de ouvir algumas palavras dele dirigidas a mim e à comunidade católica”.
“Eu o saudei em nome dos fiéis da Igreja Católica Apostólica Romana e manifestei alegria por sua presença”, diz o Cardeal. “E também destaquei o encontro entre ele e o Papa Francisco, em Havana, há alguns dias. Disse a ele que esse foi um encontro muito importante, muito significativo, e fiz votos de que haja outros passos na linha do diálogo ecumênico para a aproximação das duas Igrejas.”
O Cardeal Arcebispo Metropolitano de São Paulo diz ainda ter falado de seu apreço pelas “iniciativas concretas de defesa dos cristãos perseguidos no Oriente Médio, na África, da afirmação dos direitos humanos, da afirmação conjunta dos valores humanos, dos valores da família, da liberdade religiosa, que estão na declaração conjunta de Havana”.
“O Patriarca Kirill agradeceu e falou da importância do encontro com o Papa Francisco e da aproximação das duas Igrejas”, concluiu D. Odilo Scherer. “Ele destacou a religiosidade do povo brasileiro e mostrou muito apreço por isso, porque aqui os valores religiosos estão muito presentes no meio do povo. Ele se referiu aos tempos de dificuldade da Igreja Ortodoxa Russa sob o comunismo, quando se quis, de todas as formas, cercear a liberdade religiosa, cercear as iniciativas da vida da Igreja. Ele disse que somos privilegiados por termos total liberdade religiosa e recomendou que aproveitemos isso da melhor forma.”