“Dois dias atrás [26 de fevereiro] um grupo de 300 militantes do Daesh atacou a cidade de Tell Abyad e as aldeias adjacentes a ela como Hamam Turkmen, Eynel Arus e Mıgtel. Até o momento, os jihadistas foram completamente expulsos da cidade, do subúrbio de Suluk e das aldeias vizinhas”.
Além disso, houve perdas tanto entre os militares como entre os civis:
“Na sequência do ataque do Daesh contra Tell Abyad morreram 17 civis e oito soldados das tropas curdas de autodefesa. Durante os confrontos, que duraram três dias, na cidade foram eliminados mais de 100 militantes do Daesh. Conseguimos capturar dois deles, ambos são de origem árabe”, disse Elus.
“Segundo a informação que temos, um grupo de 100 militantes do Daesh penetrou no território de Tell Abyad perto da meia-noite, atravessando a fronteira turca na área da aldeia de Ella, que fica a dois quilómetros para leste de Tell Abyad. Os camponeses detectaram os militantes e informaram-nos. Um dos jihadistas até pediu água a um dos camponeses em turco”.
Porém, assegurou Elus, “na área foram aplicadas todas as medidas de segurança para prevenção de novos ataques por parte dos jihadistas”.
O grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e reconhecido como terrorista pelo Brasil) autoproclamou-se "califado mundial" em 29 de junho de 2014, tornando-se imediatamente uma ameaça explícita à comunidade internacional e sendo reconhecida como a ameaça principal por vários países e organismos internacionais. Porém, o grupo terrorista tem suas origens ainda em 1999, quando um jihadista da tendência salafita, o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, fundou o grupo Jamaat al-Tawhid wal-Jihad. Depois da invasão norte-americana no Iraque em 2003, esta organização começou a fortalecer-se, até transformar-se, em 2006, no Estado Islâmico do Iraque. A ameaça representada por esta entidade foi reconhecida pelos serviços secretos dos EUA ainda naquela altura, mas reconhecida secretamente, e nada foi feito para contê-la. Como resultado, surgiu em 2013 o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que agora abrange territórios no Iraque e na Síria, mantendo a instabilidade e fomentando conflitos.
Ancara considera o Partido de União Democrática (PYD, partido governante no Curdistão sírio) como um braço do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), tratado como uma organização terrorista na Turquia. Baseando neste postulado, as Forças Armadas turcas realizam ataques contra as tropas curdas leais ao PYD. Estas ações do exército da Turquia foram repetidamente denunciadas pelas Forças Democráticas da Síria, que incluem as Unidades de Proteção Popular curdas.