Entrevista: ‘A crise migratória mostrou a inércia da Europa’

© Sputnik / Sergei Pyatakov / Acessar o banco de imagensMilorad Dodik, o presidente da República Sérvia. Foto de arquivo
Milorad Dodik, o presidente da República Sérvia. Foto de arquivo - Sputnik Brasil
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O presidente da República Sérvia, Milorad Dodik, concedeu uma entrevista à Sputnik na qual comentou os assuntos principais da agenda internacional atual, inclusive o cessar-fogo na Síria e a crise migratória na Europa.

Segundo o líder balcânico, o que aconteceu na Bósnia e Herzegovina “pode ser tomado como um exemplo” para a Síria. Mas é necessário notar que o exemplo não foi um sucesso.

Lembramos que a República Sérvia (não confundir com a Sérvia, com capital em Belgrado) é uma das duas entidades da Bósnia e Herzegovina. 

“A Bósnia e Herzegovina é um Estado não realizado, que os autores internacionais desta ideia tentam apoiar já por 20 anos e, claramente, sem sucesso. <…> Esta abordagem, a propósito, conviria para as organizações internacionais: eles têm muitos funcionários que viajam pelo mundo, primeiramente acendendo conflitos e, depois, alegadamente elaborando as decisões de paz. Quer dizer, na verdade, eles apagam os fogos provocados por si mesmos”, admitiu Dodik.

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O político também relacionou a grave situação na Síria com a atual crise migratória na Europa e o maior afluxo de refugiados desde os tempos da Segunda Guerra Mundial, provocado pela política de portas abertas para os refugiados sírios.

“A crise migratória mostrou a inércia da Europa que, em um cenário já familiar, se limitou a assistir àquilo que lhe era preparado por certos círculos ocidentais, primeiramente pelos americanos. Mas a Europa sempre manteve o silêncio e nunca teve uma posição própria. <…>

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Quanto a mim, estou absolutamente convencido de que, se a Europa decidir aceitar os refugiados, ela escolherá aqueles que lhe interessam — engenheiros, médicos, aqueles que são capazes de trabalho físico e, em seguida, fará regressar os trabalhadores não qualificados e aqueles que precisam da ajuda social aos Estados balcânicos,” disse.

Em geral, atualmente parece que a única coisa clara nesta situação é que, se a União Europeia não lidar com a crise migratória o mais rápido possível, as consequências políticas, econômicas e acima de tudo, sociais, serão imprevisíveis.

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