"Este projeto inovador é uma demonstração do compromisso contínuo do [secretário de Defesa norte-americano Ashton] Carter em levar o Pentágono a identificar novas maneiras de melhorar as medidas de segurança do departamento à medida que evoluem os nossos interesses no ciberespaço", disse o Pentágono em um comunicado nesta quarta-feira (2).
Segundo o anúncio, trata-se do primeiro "programa de recompensa por bugs cibernéticos na história do governo federal", modelado segundo competições similares já realizadas pelas maiores empresas do país.
Além disso, à parte a contradição em termos implicada na ideia de "hacker controlado", todos os autorizados a participar do programa deverão ser cidadãos norte-americanos, de acordo com a Reuters. Depois da série de escândalos envolvendo as agências de inteligência e segurança dos EUA que foram levados a público em grande parte graças ao australiano Julian Assange — que foi programador e hacker antes de se tornar editor-chefe do Wikileaks —, pode-se até entender a vontade do Pentágono de manter estrangeiros longe de seu programa de hackers domesticados — ou "responsáveis", para usar as palavras de Carter.
O "Hack the Pentagon" foi anunciado durante a visita de Carter e de outros altos funcionários do departamento ao Vale do Silício, onde os militares estão se reunindo com executivos da indústria de tecnologia para "reconstruir pontes", segundo afirmou o secretário de Defesa.
De fato, os dois lados têm se estranhado desde 2013, quando o ex-contratado da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA Edward Snowden revelou ao mundo, através de uma série de vazamentos e denúncias, a extensão dos esforços secretos de vigilância global do governo norte-americano.