Convocadas para protestar contra o Governo Dilma, as manifestações acabaram envolvendo críticas, também, ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Partido dos Trabalhadores e à base aliada do Governo.
“É importante registrar isso”, diz o parlamentar petista, “porque o tom político da convocação foi acirrado, e ela foi antecedida de medidas de juízes, de promotores, com perseguição política ilegal ao Presidente Lula, com pichações, depredação das sedes do PCdB – Partido Comunista do Brasil e da UNE – União Nacional dos Estudantes. Ter concluído o domingo sem nenhum fato a lamentar é de se saudar e confirma a solidez das instituições democráticas no Brasil.”
O Deputado Afonso Florence afirma ainda:
“Apesar da convocação à exaustão dos líderes da oposição, defensores do golpe institucional ao Brasil – inclusive com o Governo Estadual de São Paulo, a Federação das Indústrias, as redes de lanchonetes e setores de Estado como Conselhos de Medicina –, do ponto de vista político as manifestações tiveram o mesmo tamanho das de dezembro, pouca diferença, aqui e ali, de participantes.”
O parlamentar baiano destaca também que “líderes do PSDB foram impedidos de falar, foram hostilizados publicamente, particularmente o senador e ex-candidato à Presidência Aécio Neves e o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin”.
Já o Deputado Federal Otávio Leite (PSDB-RJ) afirma que o Governo precisa aceitar a nova realidade manifestada nas ruas. Falando com exclusividade à Sputnik Brasil, o parlamentar considera que manifestações deste domingo foram muito expressivas. “Eu fui às anteriores, fui a essa e posso afirmar que estamos diante de um movimento político cívico da maior relevância histórica para o Brasil. O pleito de impeachment está superlegitimado no anseio social”, conta Otávio Leite.
“Fiquei no Rio de Janeiro. Fui à manifestação, fiquei um bom tempo, fui ao palanque, discursei, mostrei minha cara, embora discurso de político em manifestação dessa natureza não esteja sendo muito bem-vindo. Mas eu enfrentei porque é um dever do homem público se pronunciar e se posicionar.”
“Obviamente, é uma mudança que se quer executar dentro da Constituição, que prevê como remédio jurídico-político a figura do impeachment, configuradas as infrações que já foram tão amplamente abordadas pela imprensa. Estou muito esperançoso de que nós iremos adiante, embora seja preciso compreender que são necessários 342 votos – são 513 parlamentares –, mas a pressão popular hoje é muito forte e indica grandes chances de vitória para o povo brasileiro”, conclui Otávio Leite.