Os atentados de 13 de novembro de 2015 mudaram drasticamente a realidade francesa. O trágico acontecimento foi qualificado como o maior ataque terrorista desde a Segunda Guerra Mundial. Na sequência do ataque, que atingiu vários locais da capital francesa, Paris, o governo instaurou o regime de situação de emergência, que dura até hoje em dia. Depois, o parlamento começou uma discussão forte sobre a reforma das medidas de segurança e penalização.
Uma das primeiras iniciativas foi a privação de nacionalidade, aplicada aos terroristas cuja culpa for provada. Em 22 de março, o Senado francês aprovou, pela maioria, a correspondente emenda à Constituição. Mas o presidente, François Hollande, junto com vários ministros, está reticente.
"O presidente não quer se precipitar", disse uma fonte no governo, citada pelo jornal Le Monde.
Depois, na quinta-feira, surgiu o debate sobre a "pena perpétua real" como um meio eficiente e não letal de punição por crimes tão graves como o terrorismo.
"Hoje em dia, não existe na França nenhuma solução para garantir que as pessoas como Salah Abdeslam passem, com efeito, o resto da sua vida na prisão", disse a deputada Nathalie Kosciusko-Morizet, do partido Les Républicains (Os Republicanos, da direita). No seu site, ela promove uma petição pelo estabelecimento de "uma pena perpétua real e irrevogável para os autores de atos de terrorismo".
Na tarde da quinta-feira, outro jornal francês, Le Figaro, publicou uma enquete com a pergunta: "Você é favorável à instauração de uma pena perpétua real para os terroristas?". No momento, 96% dos 37.642 participantes votaram "sim", 4% votaram "não".
Ligação
Os atentados em Bruxelas são vistos como consequência direta dos de Paris. Salah Abdeslam e Abou Abaaoud, autores dos atentados de Paris, fugiram para a notória comuna belga de Moleenbek, com maioria da população proveniente do Oriente Médio.