Primeiro, um líder deve sempre tomar o lado de alguém em um conflito.
“Um príncipe também é respeitado quando é um verdadeiro amigo ou um inimigo declarado, ou seja, quando, sem se esconder, se declara a favor ou contra um dos lados; isso sempre será melhor do que manter-se neutro”, escreveu Nicolau Maquiavel em seu famoso livro.
Na Síria, Putin apoiou Bashar Assad, o líder legítimo da Síria. Essa postura, segundo o autor, é melhor que o método Barack Obama de tomar o lado da “história” e criticar todos no planeta. É também mais eficiente do que a postura de George W. Bush, de iniciar uma guerra baseada em uma ideia — inclusive democracia.
Durante a guerra nos Bálcãs, os Estados Unidos usaram o Exército croata como parceiro para enfraquecer a influência da Sérvia na Bósnia, afirma o artigo do Wall Street Journal. No Afeganistão, Washington tinha um parceiro na Aliança do Norte, o que explica por que o Talibã foi derrotado tão rapidamente. Entretanto, no Iraque, o uso de combatentes peshmerga curdos como parceiros foi insuficiente, e os EUA precisaram resolver a questão por conta própria.
Se o líder americano não tiver certeza que seus parceiros podem representar perfeitamente os valores americanos, talvez o melhor seja nem iniciar campanhas ou intervenções, diz o artigo.
A terceira lição é estabelecer objetivos realistas. Inicialmente, Barack Obama temia que a campanha russa na Síria pudesse significar outro cenário como o do Afeganistão, mas o Presidente Putin claramente percebeu que seu país não poderia sustentar uma campanha demorada.
Finalmente, o líder em questão deve ter opções para ações futuras. A Rússia retirou a maior parte de suas forças da Síria, mas ainda realiza ataques aéreos e ainda mantém tropas em uma base naval. Putin deixou claro que a Rússia poderia voltar à Síria a qualquer momento.
Os EUA poderiam ter alcançado o mesmo no Iraque ou na Líbia, mantendo presença militar suficiente para abafar insurgentes.
O que Washington pode fazer na Síria? Segundo o artigo, a melhor estratégia seria abandonar a ideia de ter a Síria como estado unitário, apoiar a autonomia curda e, finalmente, derrotar grupos sunitas jihadistas.
Uma postura assim não resolveria todo o problema sírio. “A questão de uma intervenção não é resolver tudo. E como Putin lembrou o mundo outra vez, tentar solucionar todo não soluciona nada”, conclui o texto.