“Sai um aliado de longa data e mantém-se outros. O PMDB tomou a sua decisão, uma decisão rápida. E eu acho que foi bom que tomasse antes da votação que nós teremos pela frente, porque dá oportunidade. E neste ponto de vista foi positivo, porque dá oportunidade para a Presidenta Dilma repactuar o seu governo. Não apenas para a votação que se aproxima, mas repactuar os seus dois anos e nove meses que lhe restam.”
Sobre a convivência em novas circunstâncias da Presidenta Dilma com o vice-presidente Michel Temer, que é presidente do PMDB Nacional, Jaques Wagner disse esperar relação educada e respeitosa, porém “politicamente interditada”.
O ministro comentou a possível saída de outros partidos da base aliada e a aproximação de outras legendas do governo. “Vamos conversar com as legendas que já nos acompanham, que compõem a base do nosso governo. E outras legendas, que também tem nos acompanhado, não participando do governo, e que eventualmente agora, com essa repactuação, podem passar a participar. Eu estou muito confiante…Será uma boa oportunidade para uma boa caminhada da Presidenta Dilma.”
Ao ser questionado sobre a declaração que teria dado de que impeachment sem causa seria golpe, Jaques Wagner aproveitou para explicar que “as contas de 2015 da Presidenta Dilma sequer foram apresentadas, muito menos apreciadas, menos ainda votadas e julgadas. Pelo que eu conheço da lei, o crime de responsabilidade tem que ser no mandato, o mandato dela começou em primeiro de janeiro de 2015, então tudo o que foi apresentado até agora é anterior. Então não sou eu, são inúmeros juristas, evidentemente, que dizem que esse é um impeachment sem causa. Por seu um impeachment sem causa, ele é um mau uso do dispositivo constitucional. E nesse sentido é um golpe. Dissimulado, mas é.”
Jaques Wagner afirmou para a imprensa haver no Brasil uma unidade entre segmentos cada dia mais numerosos na luta pela democracia e pela manutenção da constitucionalidade. “Na nossa opinião, essa é a bandeira maior: a luta pela democracia. E eu entendo que qualquer atalho na democracia, ao contrário de encontrar soluções, vai, de um lado, fragilizar a democracia brasileira; e do outro, aprofundar a crise. Porque se alguém que vem carregado de 54 milhões de votos já tem a dificuldade, eu creio que alguém que não vem com essa mesma legitimidade terá dificuldade ainda maior.”