O rapto de aproximadas 500 pessoas de Damasak aconteceu em 24 de novembro de 2014. Os moradores da cidade, entretanto, ficaram com medo de notificar o ocorrido, temendo “a fúria do governo”, que na época negociava o rapto das estudantes em Chibok. “Todos os pais tinham medo de se manifestar”, revelou um dos moradores locais.
O interlocutor da agência contou que, durante o ataque do Boko Haram, centenas de pessoas tentaram cruzar o rio, que separa a região do país vizinho, Niger, e muitos acabaram se afogando. Segundo o entrevistado, ele enterrou cerca de 200 pessoas em uma vala coletiva. Uma liderança local afirmou que os terroristas mataram cerca de 200 pessoas durante o primeiro ataque à cidade.
Os residentes da região que conseguiram fugir avisaram os seus representantes no parlamento da Nigéria sobre o ocorrido, mas as notificações foram ignoradas, adicionou o interlocutor da agência.
Ao longo dos últimos seis anos, a insurgência do Boko Haram provocou a morte de pelo menos 20 mil pessoas e o deslocamento de quase 3 milhões de civis, de acordo com dados da Anistia Internacional e da Organização das Nações Unidas (ONU).