A mobilização, batizada de “Keiko no va” (“Keiko não vai”), foi organizada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos, ex-procuradores, universitários e diversos movimentos sociais, que acusam a candidata da Força Popular de ter planos de repetir o modelo de governo de seu avô. Nas últimas semanas, Keiko Fujimori não tem feito outro esforço a não ser o de tentar provar suas boas intenções se conquistar a Presidência, concedendo postos-chave à oposição dentro do Governo, e de buscar um modelo de gestão participativo com a sociedade, dando continuidade ao trabalho da Comissão da Verdade e Reconciliação, que investiga crimes e abusos da guerra interna que sacudiu o país de 1980 a 2000.
Neste domingo, os 10 candidatos trocaram acusações e mostraram suas plataformas de governo em um debate na TV.
Para alguns especialistas, as eleições peruanas são bastante emblemáticas para o momento político atravessado pela América do Sul.
Segundo Souza, no caso específico do Peru, há o fenômeno da ressurgência da família Fujimori, com a filha que se aproveita do legado representado pela imagem do pai que teve uma agenda marcada por alguns avanços e escândalos, com uma ótica populista na tentativa de se manter na Presidência. O professor observa, porém, que de outro lado ela tenta escrever um discurso novo de querer reproduzir os acertos, mas não os equívocos cometidos pelo avô.
“Isso mexe com algumas sequelas dentro da sociedade peruana, sobretudo pelo fato de que o período de Fujimori foi bastante controverso. Ele em determinada medida foi responsável por pacificar o Peru, mas também foi marcado por enormes escândalos que o fizeram sair ao final do mandato.”
O professor da UCB vê a disputa acontecer em um ambiente polarizado, muito dividido: