O acordo para conter o fluxo de refugiados e imigrantes para a UE, assinado entre Bruxelas e Ancara, pressupõe uma troca de um para um, ou seja, que os milhares de imigrantes ilegais estacionados nas ilhas gregas sejam enviados de volta à Turquia para que um mesmo número de sírios refugiados em território turco possa ser acolhido na UE.
Para convencer Ancara a aceitar o acordo, Bruxelas prometeu acelerar as negociações de entrada da Turquia na União Europeia, bem como oferecer um pacote de ajuda inicial no valor de 3 bilhões de euros a serem investidos na construção de novas instalações para os refugiados em território turco.
"Quase três milhões de pessoas [refugiados sírios] estão sendo sustentadas por nossa conta. Até agora não recebemos nada do que foi prometido pela Europa. Se a UE não cumprir suas promessas, a Turquia também deixará de seguir o acordo. Países que estão acima de nós economicamente não demonstraram a mesma atitude humanitária" – declarou Erdogan durante um discurso para forças policias em Ancara.
O jornal britânico The Times divulgou denúncias do Observatório Sírio de Direitos Humanos sobre constantes assassinatos de refugiados sírios na fronteira entre a Síria e a Turquia. Nos últimos quatro meses, militares turcos teriam matado 16 migrantes, sendo três crianças.