Protógenes alega que precisou solicitar asilo na Suíça por correr "risco de vida", podendo ser "executado" caso voltar ao Brasil. O exílio, segundo ele, começou ainda em outubro do ano passado, quando saiu do país para uma conferência em Genebra.
Admitindo precisar se apresentar à Justiça brasileira por conta de uma condenação que sofreu por abuso de poder, Protógenes confessa que "tem medo".
"Se eu voltar, serei executado. Minha vida está em jogo. A estrutura de corrupção que eu ataquei me quer morta. (…) A Justiça do meu país decidiu retirar a proteção que eu tinha quando era policial. Não tenho o direito de carregar uma arma, ou para ter um carro blindado ou uma escolta pessoal. Decidi buscar a segurança aqui na Suíça" – explicou.
Em 2008, durante as investigações da Satiagraha, Queiroz comunicou a jornalistas detalhes da operação, que gerou as prisões do empresário Naji Nahas, do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, morto em 2009, e do banqueiro Daniel Dantas.
Em 2014, a abertura dos detalhes da investigação à imprensa custou a Queiroz uma condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de violação de sigilo funcional. O caso chegou ao STF porque, em 2010, Queiroz foi eleito deputado federal pelo PC do B-SP. A pena de dois anos e seis meses de detenção acabou sendo convertida em prestação de serviços comunitários e pagamento de multa.
Em entrevista à Sept, o ex-delegado também afirmou ter colaborado de forma "discreta" com a Operação Lava Jato, que, segundo ele, corre o risco "de terminar como as anteriores, com a demissão de policiais e talvez assassinatos".