Com a imagem do Cristo Redentor segurando uma faixa com a inscrição S.O.S, seguida do título “A traição do Brasil”, a revista culpa a Presidenta Dilma pela paralisia econômica, acusa os políticos favoráveis ao impeachment de estarem envolvidos em escândalos de corrupção e defende a convocação de eleições gerais como forma de mudar o cenário político brasileiro e com isso resgatar a credibilidade do Legislativo junto à população.
— The Economist (@TheEconomist) 21 апреля 2016 г.
Segundo a revista, “dos 21 deputados sob investigação no caso da Petrobras, 16 votaram pelo impeachment da presidente. Cerca de 60% dos congressistas enfrentam acusações de delito criminal”.
De acordo com o artigo, um governo do Vice-Presidente Michel Temer poderia até “trazer um certo alívio econômico no curto prazo”. A publicação, no entanto, pondera que também o PMDB é citado nos escândalos de corrupção e cita as acusações ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, réu na Operação Lava Jato.
“É inacreditável que ele [Cunha] continue liderando esse processo, na medida em que ele é acusado, já é réu e sendo objeto de investigações”, diz o professor da UFF. “Ele não tem mais condição moral para presidir um processo que ponha sob julgamento e análise um presidente da República” – diz o professor.
Segundo Aarão Reis, o maior desafio agora não são propriamente as eleições gerais, mas a sociedade brasileira pressionar no sentido de haver uma profunda reforma política.
“Enquanto essas condições atuais permanecerem, teremos um Parlamento como o das últimas eleições. Uma boa parte dos que votaram pelo impeachment era da base do Governo há dois, três meses. Temos um caldeirão onde tudo se misturou. O PT, sobretudo a partir do primeiro Governo Dilma, optou por uma orientação que envolvia alianças heterodoxas, na base do toma lá, dá cá. Progressivamente foram se tornando reféns de uma maioria que se provou bastante instável” – lamenta Aarão Reis.
O professor lembra que, teoricamente, o Governo tinha mais de 300 parlamentares, mas na hora da votação do impeachment teve até menos que um terço do Parlamento. “Isso impõe uma grande reforma política no Brasil, para que a gente possa sair da crise, e impõe também às esquerdas uma autocrítica sobre seu passado recente” – diz.
Contraofensiva
O Partido dos Trabalhadores lançou nesta sexta-feira uma campanha nacional e internacional com o tema “Defenda a Democracia no Brasil”. A campanha consiste na utilização da imagem do Cristo Redentor ostentando entre as mãos uma faixa com os dizeres “Defenda a democracia no Brasil” escritos em vários idiomas, inclusive em russo.
A ideia de aproveitar a imagem do Cristo Redentor, em seu monumento no morro do Corcovado, no Rio de Janeiro, surgiu das sucessivas capas que a revista "The Economist" vem fazendo desde 2009 para chamar a atenção sobre suas matérias que focalizam o Brasil.