Sobre estas iniciativas, Sputnik Brasil conversou com deputados da situação (Valmir Prascidelli, do PT de São Paulo) e da oposição (Caio Nárcio, do PSDB de Minas Gerais). Para o primeiro, “trata-se de medidas que contemplam o bem-estar do povo”. Para o segundo, “as medidas refletem o desespero de um Governo que está chegando ao fim”.
Para Valmir Prascidelli, “nós vivemos um período de muita dificuldade no Brasil, um período em que, até em outros países, teme-se pela manutenção da democracia no país. Mas eu vi com bons olhos este anúncio por parte da Presidente Dilma Rousseff, que reflete a sua atitude diante de uma tentativa de golpe tramada contra ela. Reflete também a defesa da democracia e a manutenção das conquistas sociais garantidas pelo seu governo.” O deputado também está convencido de que não haverá problemas de caixa para um eventual governo Michel Temer caso Dilma Rousseff seja mesmo afastada da Presidência da República devido à instauração do processo de impeachment: “Não creio e não haverá problemas de caixa. Tanto o reajuste dos benefícios sociais quanto a correção da tabela do Imposto de Renda já estavam incluídos no Orçamento enviado ao Congresso Nacional. Por sinal, estas questões já haviam sido debatidas no Congresso em agosto de 2015 e foram incluídas no Orçamento de 2016. Portanto, ao contrário do que sustentam os responsáveis pelo golpe contra a Presidente, não haverá impacto algum para o Tesouro Nacional com a entrada em vigor destas medidas. O que os golpistas querem é retirar os direitos dos trabalhadores e diminuir os seus ganhos sociais, e isso nós não podemos aceitar.”
Segundo Caio Nárcio, as medidas anunciadas por Dilma Rousseff afetarão um possível governo Michel Temer “diante da escasse de recursos.” Para o parlamentar mineiro, “o governo atual deveria ter-se preocupado em corrigir os rumos da economia no momento certo e fazer uma sinalização para o futuro.”