Será que a questão das ilhas Curilas está fechada?

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Ilhas Curilhas, ilha Shikotan. - Sputnik Brasil
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Cientista político japonês fala sobre nova atitude do primeiro-ministro japonês no que tange às relações com a Rússia.

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"A nova abordagem" do problema das "ilhas do norte" (como no Japão chamam às quatro ilhas Curilas do Sul — Kunashir, Shikotan, Iturup e Khaboma) —, sobre a qual o primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe falou após a reunião com o presidente Vladimir Putin, pode significar que o Japão irá assumir que a "questão está fechada", disse à RIA Novosti o cientista político, autor de vários livros sobra a Rússia, Itsuro Nakamura, professor da Universidade de Tsukuba.

"Eu acho que agora as relações entre o Japão e a Rússia estão no maior ponto crítico. No Japão, sob a "nova abordagem" entendem uma nova forma de solucionar os problemas [territoriais], entretanto, isso pode significar o abandono das anteriores exigências por parte do Japão".

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"Devido a esta expressão, se tornou difícil compreender a própria essência da questão. O problema principal é se a "nova abordagem" significa o reconhecimento de que a questão está fechada, ou se visa continuar a procurar uma solução territorial para o problema", diz o especialista.

Ele observou que a "nova abordagem" pode significar a intenção do Japão de chegar a um compromisso sobre a questão territorial, ou mesmo aceitar a situação existente.

"Eu acredito que a única solução seria o reconhecimento por parte do Japão de que este assunto está fechado. Mas aqui surge outro problema: se esta questão está fechada, o primeiro-ministro japonês e o presidente russo não teriam nada a discutir. Se até agora se realizaram encontro intensos é porque existia o problema territorial. É este o paradoxo", enfatizou o especialista.

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Nakamura acredita que "estamos em uma nova etapa nas relações entre os dois países, mas ainda é difícil entender o que está por trás da noção de "nova abordagem".

Segundo Nakamura, a razão desta decisão do Japão tem a ver com a possibilidade real de Donald Trump chegar ao poder.

"Para o Japão, Trump é preferível a Clinton. Como Abe é mais inteligente do que Trump, para o premiê japonês será mais fácil realizar a sua política. Se Trump chegar ao poder será possível uma união entre a América, Rússia e Japão frente às ameaças por parte da China e da Coreia do Norte. Ora Abe, custe o que custar precisa de ganhar o apoio de Putin. É por isso que foi a Sochi, apesar de Obama lhe ter pedido que não fizesse isso. Para ele é mais importante um bom relacionamento com Putin", diz o cientista político.

Ele ressaltou que, na sua opinião, para o Japão seria melhor se neste encontro a disputa territorial fosse considerada como fechada".

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