"Eu acho que agora as relações entre o Japão e a Rússia estão no maior ponto crítico. No Japão, sob a "nova abordagem" entendem uma nova forma de solucionar os problemas [territoriais], entretanto, isso pode significar o abandono das anteriores exigências por parte do Japão".
Ele observou que a "nova abordagem" pode significar a intenção do Japão de chegar a um compromisso sobre a questão territorial, ou mesmo aceitar a situação existente.
"Eu acredito que a única solução seria o reconhecimento por parte do Japão de que este assunto está fechado. Mas aqui surge outro problema: se esta questão está fechada, o primeiro-ministro japonês e o presidente russo não teriam nada a discutir. Se até agora se realizaram encontro intensos é porque existia o problema territorial. É este o paradoxo", enfatizou o especialista.
Segundo Nakamura, a razão desta decisão do Japão tem a ver com a possibilidade real de Donald Trump chegar ao poder.
"Para o Japão, Trump é preferível a Clinton. Como Abe é mais inteligente do que Trump, para o premiê japonês será mais fácil realizar a sua política. Se Trump chegar ao poder será possível uma união entre a América, Rússia e Japão frente às ameaças por parte da China e da Coreia do Norte. Ora Abe, custe o que custar precisa de ganhar o apoio de Putin. É por isso que foi a Sochi, apesar de Obama lhe ter pedido que não fizesse isso. Para ele é mais importante um bom relacionamento com Putin", diz o cientista político.
Ele ressaltou que, na sua opinião, para o Japão seria melhor se neste encontro a disputa territorial fosse considerada como fechada".