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'Afastamento de Dilma é ataque contra influência internacional dos BRICS'

© AFP 2023 / ALEXANDER NEMENOVLíderes dos países BRICS antes de primeira sessão da 7 cúpula do bloco em Ufa, Rússia, 9 de julho de 2015
Líderes dos países BRICS antes de primeira sessão da 7 cúpula do bloco em Ufa, Rússia, 9 de julho de 2015 - Sputnik Brasil
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Ontem (12), aconteceu o que todo o Brasil esperou por muito tempo: o Senado afastou a presidente Dilma Rousseff do seu cargo por 180 dias. Muitos especialistas dizem que desde as presidenciais o país está dividido. As manifestações pró-impeachment e pró-Dilma provam isso de forma melhor.

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Na opinião do diretor do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia, Vladimir Davydov, o Brasil enfrenta uma grande crise econômica que não pode ser ultrapassada sem resolver problemas políticos. O problema é que o povo agora tem grandes esperanças. Se o novo governo tiver de cortar gastos para programas sociais, perderá todo o apoio em breve. O cientista político expressou a esperança de que o Brasil não passe por uma situação como aquela que existiu na Argentina em 2001-2002 quando o povo argentino se manifestou com o lema principal “Que se vão todos”.

Em geral, Davydov pensa que o afastamento de Dilma é um evento muito “triste” nem só para o Brasil, mas para toda a América Latina. O evento acontecido é um sinal de que há tendência de desestabilizar toda a região por meio de exercer a pressão sobre os líderes destes países. É uma caraterística para todos os 33 países latino-americanos, especialmente para os que têm laços estreitos com a Rússia e a China.

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O especialista afirmou que tendo em conta que o Brasil é o membro de grupos internacionais como G20, BRICS e outros, esta tendência de desestabilização pode ter um efeito negativo sobre o papel destas associações na política internacional.

“Penso que se tem de verdade algum roteiro anti-Dilma, é destinado a diminuir o papel da América Latina como o centro coletivo muito importante de economia e política mundial. É o desejo de diminuir o papel de tais organizações das quais participa o Brasil e um jogo contra o grupo BRICS, sem dúvida”, afirmou Davydov.

O objetivo final desta tendência gerada pelas forças externas é diminuir a influência de toda a América Latina e do Brasil em particular, como o maior país da região, sobre desenvolvimentos internacionais, liquidar a região como a força internacional crescente e independente.

Na opinião de Davydov, a campanha contra Dilma é bem planejada e organizada. Todas estas manifestações em junho de 2013 não aconteceriam se não tivesse tido lugar uma incitação especial. Na Internet foi lançada uma ação anti-Dilma para espalhar a visão negativa sobre os trabalhos do seu governo. Foi apoiada pelos políticos e pela máfia brasileira da droga.

“A campanha contra Dilma Rousseff não foi iniciada neste ano <…> Há alguns anos atrás analisamos a manifestações em massa quando por alguns centavos foi aumentado imposto do transporte público <…> Isso é impossível! Isso é impossível se não fosse usada uma tecnologia para incitar protestos”, disse Davydov.

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O especialista destacou que o ex-presidente do Brasil Lula bem como Dilma fizeram várias tentativas de lidar com a máfia das drogas brasileira. A criminalidade que agia em favelas foi limitada significativamente, inclusive a que tratava de venda de drogas. Agora é o tempo de fazer uma revanche. O fato de que praticamente todo o poder político do Brasil é corrupto podem significar que há laços entre a criminalidade e as forças oposicionistas.

Segundo Davydov, a parte dos EUA no comércio com os países latino-americanos diminui-se de forma lento, gradual e permanente. O seu lugar tentam ocupar tais países como a China, a Índia, a Rússia, bem como a Turquia e o Irã.

Por isso os EUA devem fazer algo para preservar as suas posições em países da América Latina. Embora, na opinião do especialista, o Brasil conseguirá ultrapassar este período de desestabilidade porque tem aspirações de uma grande potência, é um país muito grande para se tornar vítimas de planos norte-americanos.

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