Na opinião do diretor do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia, Vladimir Davydov, o Brasil enfrenta uma grande crise econômica que não pode ser ultrapassada sem resolver problemas políticos. O problema é que o povo agora tem grandes esperanças. Se o novo governo tiver de cortar gastos para programas sociais, perderá todo o apoio em breve. O cientista político expressou a esperança de que o Brasil não passe por uma situação como aquela que existiu na Argentina em 2001-2002 quando o povo argentino se manifestou com o lema principal “Que se vão todos”.
Em geral, Davydov pensa que o afastamento de Dilma é um evento muito “triste” nem só para o Brasil, mas para toda a América Latina. O evento acontecido é um sinal de que há tendência de desestabilizar toda a região por meio de exercer a pressão sobre os líderes destes países. É uma caraterística para todos os 33 países latino-americanos, especialmente para os que têm laços estreitos com a Rússia e a China.
“Penso que se tem de verdade algum roteiro anti-Dilma, é destinado a diminuir o papel da América Latina como o centro coletivo muito importante de economia e política mundial. É o desejo de diminuir o papel de tais organizações das quais participa o Brasil e um jogo contra o grupo BRICS, sem dúvida”, afirmou Davydov.
O objetivo final desta tendência gerada pelas forças externas é diminuir a influência de toda a América Latina e do Brasil em particular, como o maior país da região, sobre desenvolvimentos internacionais, liquidar a região como a força internacional crescente e independente.
Na opinião de Davydov, a campanha contra Dilma é bem planejada e organizada. Todas estas manifestações em junho de 2013 não aconteceriam se não tivesse tido lugar uma incitação especial. Na Internet foi lançada uma ação anti-Dilma para espalhar a visão negativa sobre os trabalhos do seu governo. Foi apoiada pelos políticos e pela máfia brasileira da droga.
“A campanha contra Dilma Rousseff não foi iniciada neste ano <…> Há alguns anos atrás analisamos a manifestações em massa quando por alguns centavos foi aumentado imposto do transporte público <…> Isso é impossível! Isso é impossível se não fosse usada uma tecnologia para incitar protestos”, disse Davydov.
Segundo Davydov, a parte dos EUA no comércio com os países latino-americanos diminui-se de forma lento, gradual e permanente. O seu lugar tentam ocupar tais países como a China, a Índia, a Rússia, bem como a Turquia e o Irã.
Por isso os EUA devem fazer algo para preservar as suas posições em países da América Latina. Embora, na opinião do especialista, o Brasil conseguirá ultrapassar este período de desestabilidade porque tem aspirações de uma grande potência, é um país muito grande para se tornar vítimas de planos norte-americanos.