"O Pentágono precisa de uma guerra fria por razoes do PR [relações públicas] e quer transferir o dinheiro do seu orçamento incontrolado para as suas contas de investimento", disse na quinta-feira (12) Franklin Spinney, que trabalhou no Departamento da Defesa por 33 anos.
No entanto, os Estados Unidos continuaram a investir muito mais nas armas no espaço do que a Rússia ou a China, apontou Spinney:
"A melhor maneira de começar uma sensação para isso seria comparar os esforços de armamentização russos e chineses no espaço com os dos EUA".
"Lembrem, sem uma ameaça de superpotência ou ameaça de quase superpotência (lede Rússia e China), o Complexo Militar-industrial [MICC, na sigla em inglês] esta sofrendo. A guerra contra o terror está saindo da sua sequencia e mais cedo ou mais tarde as pessoas vão perguntar para que este furto", frisou.
Neste clima político, o Pentágono precisa de uma guerra fria por razoes de promoção e quer transferir o dinheiro do seu orçamento incontrolado para as suas contas de investimento, continua Spinney:
"Os EUA enfrentam o problema de lançamento de satélite, de modo que o Pentágono precisa de apoio para um novo e maior satélite de lançamento de foguetes. Contando com os foguetes russos para alguns dos nossos lançamentos, principalmente o apoio de Space Statement é uma vergonha".
"A partir de agora, o Pentágono está começando um novo bombardeiro, um novo SNLMB [submarino nuclear lançador de mísseis balísticos], um novo ICBM [míssil balístico intercontinental], um novo ALCM [míssil de cruzeiro subsônico], e uma atualização para o bomba nuclear B-61, incluindo um PGM [munições guiadas de precisão]".
Outras propostas incluem uma atualização do Trident II SLBM [míssil balístico lançado de submarino], uma grande atualização das capacidades da base espacial de gestão de batalha (C3ISR) e a renovação da infraestrutura nuclear, acrescenta Spinney.
"Eu tenho uma visão cínica — as ramificações do orçamento poderiam fazer a corrida anglo-alemã [antes da Primeira Guerra Mundial] um século atrás, parecer como um piquenique da escola dominical", conclui Spinney.
Em 2008, os governos da Rússia e da China apresentaram uma proposta de um acordo internacional para evitar a implantação de armas no espaço, mas o governo dos EUA sob a presidência de George W. Bush e Barack Obama tem consistentemente rejeitado a realização das negociações para celebrar o acordo.