O comportamento de Erdogan desde a sua vitória na eleição presidencial em 2014 mostra que ele queria se livrar do sistema de "restrições e contrapesos", típico da democracia ocidental, e ter liberdade total de ação. A situação é extraordinária, porque recentemente, ele estava indo à sua metade com o consentimento da Alemanha, diz o artigo.
E a chanceler mesmo fez isso — não com uma promessa de bônus para a Turquia, mas permitindo a Erdogan a ignorar a lei e a liberdade de expressão e de opinião, que é essencial para a adesão à UE. Deixando o presidente turco a ameaçar impunemente Europa com o fluxo imigratório ainda maior, Merkel criou a impressão de que ele era um parceiro politico desejável, que possa negligenciar os princípios básicos da UE, observa o autor.
De maneira formal a União Europeia não pode afetar a política de Erdogan e às suas ambições — ele e o parlamento são eleitos legalmente. Agora a questão principal é quanto a UE está disposta a pagar para que a Turquia continue restringindo os refugiados, escreve Marc Pierini.