O cessar-fogo em Aleppo é apadrinhado pela Rússia e Estados Unidos. Mas a situação na cidade continua bastante complicada.
“A província de Aleppo está emergindo como o foco da guerra na Síria, com muitas operações militares já iniciadas e muitas outras estando para vir. A batalha maior e mais decisiva dos atuais combates na região é a batalha entre os rebeldes e os legalistas”, diz-se no relatório da empresa analítica Stratfor.
Grupos diferentes de rebeldes estão efetuando ofensivas em Aleppo, incluindo a Frente al-Nusra, o Ahrar al Sham e o Exército Livre da Síria. No entanto, os avanços do Exército da Síria e dos seus aliados, apoiados por ataques aéreos de aviões russos, abortaram as tentativas de militantes de intensificar a sua presença.
O conflito na Síria envolve muitas forças diferentes, algumas das quais não estão interessadas no fim da guerra, disse o analista russo Azhdar Kurtov em uma entrevista ao jornal Vzglyad.
“Os grupos radicais têm posições fortes perto de Aleppo. Eles não estão dispostos a aceitar o compromisso com Assad. Muitos deles têm financiadores estrangeiros como a Turquia e a Arábia Saudita. Mesmo que Moscou e Washington tenham a mesma posição sobre o conflito, Ancara e Riad continuarão suportando os terroristas”, acrescentou ele.
Na sexta feira, a imprensa da União Patriótica do Curdistão comunicou que soldados turcos, acompanhados por dois tanques, entraram em território sírio perto da cidade turca de Nusaybin.
Erdogan, que é obcecado por ambições de reestabelecer o Império Otomano, está pronto para enviar as tropas para a Síria, num esforço para suportar os grupos terroristas, escreve Catherine Shakdam no artigo publicado na agência New Eastern Outlook.
“No entanto, tal movimento imprudente pode levar a carreira politica de Erdogan ao colapso, acrescentou a analista. Caso a Turquia invada o território da Síria, tanto os seus aliados como a Rússia e o Irã darão uma resposta militar.”
“Erdogan está enviando um sinal à OTAN e aos parceiros europeus da Turquia: eles devem fechar os olhos a sua possível agressão na Síria, ou eles vão enfrentar novos fluxos de migrantes”, diz-se no artigo.
Considerando que a Turquia suportou o terrorismo na Síria durante muito tempo para alcançar as suas ambições políticas, Erdogan representa uma ameaça direta para a Europa, conclui a analista.