Para Temer a provação da nova meta era fundamental, pois sem essa autorização para fechar o ano com déficit, várias despesas teriam que ser cortadas, o que prejudicaria investimentos e programas sociais no país. Se o Legislativo não tivesse garantido a mudança da meta, o governo teria que seguir a meta que já estava aprovada para o ano e que tinha previsão de superávit de R$ 24 bilhões, o que no atual momento de crise econômica e política poderia paralisar a máquina pública.
A oposição criticou a correria para a apreciação da meta fiscal, que vai incluir reajustes salariais em diversas categorias do funcionalismo. Para o Senador, Humberto Costa (PT de Pernambuco) o déficit de mais de R$ 170 bilhões é artificial.
“Ele imagina que a arrecadação com o repatriamento, por exemplo, ficará em R$ 5 bilhões. Eles mantiveram despesas que estão no Orçamento, mas que sequer foram votadas. E imaginam que nesses próximos 7 meses, imaginam que o comportamento da receita será o mesmo.”
Já o líder do PMDB, senador Eunício Oliveira, do Ceará, a aprovação da meta só prova a força do novo governo, com Michel Temer.
“O presidente Michel Temer acabou de me ligar muito feliz porque essa foi a primeira demonstração da força desse governo no Congresso Nacional.”
Para o senador Romero Jucá (PMDB de Roraima) a revisão da meta vai permitir a realização de obras estruturantes e estratégicas para a retomada do crescimento do Brasil.
“A aprovação da meta resulta em ajuste de receitas de forma real. Estamos ajustando as receitas, estamos ajustando as despesas e estamos retomando investimentos estratégicos para o País.”
Através de nota, o Ministério da Fazenda destacou que a aprovação da proposta de revisão da meta de resultado primário do setor público para este ano pelo Congresso Nacional indica que o Legislativo está comprometido com a superação da crise e a recuperação da economia brasileira.
O texto diz também que a decisão do Congresso é um passo importante para diminuir as incertezas que cercam a trajetória das contas públicas.
“Dessa forma, contribui para dar sustentação a sinais ainda incipientes de recuperação dos indicadores de confiança", ressalta o Ministério.
Ainda segundo a nota, “a ação persistente e conjunta dos poderes constituídos determinará a superação definitiva das citadas incertezas e o fortalecimento da confiança de empresários e trabalhadores. Como consequência natural desse ambiente, o Brasil terá o retorno dos investimentos e da geração de empregos.”
Antes da divulgação da nota do Ministério da Fazenda, o presidente interino Michel Temer já tinha se pronunciado com a imprensa dizendo que a aprovação no Congresso Nacional da revisão da meta fiscal para 2016 foi uma “bela vitória”.