"Considero isso como uma gestão simbolicamente importante que terá pouco impacto prático", disse Freeman. "As armas norte-americanas são relativamente caras. O Vietnã é ainda um país pobre".
O Vietnã tem sido comprado armas russas ao longo da sua história e as compras de vários sistemas norte-americanos levarão a uma confusão no que toca à sua gerência.
"O Vietnã é equipado <…> com armas russas. Não faz sentido arruinar esta uniformidade muito desejável de equipamento acrescentando complexidade na área de manutenção e detalhes de reserva", disse.
Entretanto, Freeman destacou que o passo dado pelo presidente norte-americano é uma tentativa de encorajar o Vietnã de aceitar uma postura mais rígida no âmbito de disputas territoriais com a China na região.
"É uma clara gestão de solidariedade com o Vietnã contra a China. Assim, os EUA retomam o seu jogo velho de tentar bloquear a influência chinesa na Ásia Sudeste usando o Vietnã como instrumento para conter alegadas ambições da China", disse Freeman.
O ex-embaixador norte-americano disse que está seguro que o Vietnã, bem como outros países asiáticos, têm cautela em alinhar-se com a China ou os EUA. Ao mesmo tempo, o cancelamento do embargo não afetará Pequim porque fabricantes norte-americanos têm poucas chances de assinar contratos com os vietnamitas.
Na segunda-feira (23), o presidente norte-americano Barack Obama anunciou em Hanói que os EUA cancelaram o embargo de mais de 50 anos ao fornecimento de armas ao Vietnã no âmbito da sua visita de três dias para o país.
Em resposta, o governo vietnamita assinou o contrato para adquirir 100 aviões comerciais Boeing, de custo total de 11,3 bilhões de dólares.