‘Vietnã não vai querer comprar armas aos EUA porque prefere as russas’

© flickr.com / IIP Photo ArchivePresidente norte-americano Barack Obama e o presidente vietnamita Tran Dai Quang durante a entrevista coletiva em Hanói, Vietnã, 23 de maio de 2016
Presidente norte-americano Barack Obama e o presidente vietnamita Tran Dai Quang durante a entrevista coletiva em Hanói, Vietnã, 23 de maio de 2016 - Sputnik Brasil
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É pouco provável que os EUA recebam encomendas de fornecimento de armas do Vietnã, disse à Sputnik o ex-embaixador norte-americano na Arábia Saudita, Chas Freeman.

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Freeman é um especialista norte-americano em segurança na Ásia e política da China para mais de 40 anos afirmou que quaisquer esforços norte-americanos de ligar venda de armas a concessões de Hanói na área de direitos humanos também afetarão o desejo do Vietnã de adquirir armas norte-americanas.

"Considero isso como uma gestão simbolicamente importante que terá pouco impacto prático", disse Freeman. "As armas norte-americanas são relativamente caras. O Vietnã é ainda um país pobre".

O Vietnã tem sido comprado armas russas ao longo da sua história e as compras de vários sistemas norte-americanos levarão a uma confusão no que toca à sua gerência.

"O Vietnã é equipado <…> com armas russas. Não faz sentido arruinar esta uniformidade muito desejável de equipamento acrescentando complexidade na área de manutenção e detalhes de reserva", disse.

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Na sua opinião, qualquer venda de armas será acompanhada com preocupações demonstrativas sobre a situação com direitos humanos no Vietnã no Congresso norte-americano.

Entretanto, Freeman destacou que o passo dado pelo presidente norte-americano é uma tentativa de encorajar o Vietnã de aceitar uma postura mais rígida no âmbito de disputas territoriais com a China na região.

"É uma clara gestão de solidariedade com o Vietnã contra a China. Assim, os EUA retomam o seu jogo velho de tentar bloquear a influência chinesa na Ásia Sudeste usando o Vietnã como instrumento para conter alegadas ambições da China", disse Freeman.

O ex-embaixador norte-americano disse que está seguro que o Vietnã, bem como outros países asiáticos, têm cautela em alinhar-se com a China ou os EUA. Ao mesmo tempo, o cancelamento do embargo não afetará Pequim porque fabricantes norte-americanos têm poucas chances de assinar contratos com os vietnamitas.

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Ao mesmo tempo, o ex-diplomata norte-americano Jim Jatras disse à Sputnik que Hanói pode ficar interessado em buques de guerra litoral e aviões F-18 Super-Hornet. Na sua opinião, mesmo que o Vietnã não compre muitas armas norte-americanas, contratos podem expandir a sua influência sobre a política dos EUA para que os últimos deem passos significativos para apoiar o país na disputa com a China.

Na segunda-feira (23), o presidente norte-americano Barack Obama anunciou em Hanói que os EUA cancelaram o embargo de mais de 50 anos ao fornecimento de armas ao Vietnã no âmbito da sua visita de três dias para o país.

Em resposta, o governo vietnamita assinou o contrato para adquirir 100 aviões comerciais Boeing, de custo total de 11,3 bilhões de dólares.

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