“Já ficou no passado o tempo quando os voos ao espaço foram o resultado de sobrecarga industrial, momentos ‘eureka’ do pensamento científico e o de salto tecnológico de duas superpotências”, notou.
Falando em geral sobre os países que estão presentes na imensidão do Universo, Cherkasov escreveu:
“Atualmente, o espaço não é um campo de jogo pelo prestígio global, ou mesmo o campo de combate (pelo menos, ainda não é), mas é o mercado. E o número dos jogadores que querem competir aumentou”.
O analista destacou especialmente os orçamentos que os jogadores têm e o modo de qual eles distribuem os seus recursos.
“Hoje estamos no ano 2016, já estamos acostumados às sanções. Já não nos preocupamos muito sobre o colapso do petróleo – vai aumentar assim como caiu. E quase paramos de nos preocupar sobre as vacilações do dólar. Mesmo assim os tempos não são fáceis – é preciso poupar e o orçamento da [empresa estatal espacial] Roscosmos foi bem-cortado, caiu significativamente em comparação com os [orçamentos da indústria espacial] de outros países”.
E a Roscosmos? Só trabalha com um pouco mais de 100 bilhões de rublos, ou seja, 1,5 bilhões de dólares (5,5 bilhões de reais), nota Cherkasov:
“Mesmo assim, os lançamentos dependem não da montante de dinheiro em disposta, mas, segundo mostra a prática, de modo como é usado. Veja para os indianos por exemplo. Em 24 de setembro de 2014 o satélite indiano Mangalyaan sucessivamente entrou a órbita marciana após voar por quase 11 meses através o espaço”.
Assim, na primeira tentativa, a Índia conseguiu se tornar o sexto país os engenheiros e cientistas do qual tinham bastante recursos e competências para fazer algo deste tipo. Antes a Índia, só a ESA conseguiu fazer o mesmo na primeira tentativa, por usar o foguete russo Soyuz FG.
A Índia gastou só 75 milhões de dólares (quase 270 milhões de reais).
Os americanos com a sua missão do satélite MAVEN também entraram na órbita de Marte. Mas para fazer isso, gastaram 683 milhões de dólares.
“Atualmente o espaço não é ‘mais rápido’ ou ‘mais alto’, mas é ‘racionalmente’ e ‘parcimoniosamente’”, sublinhou o autor.