Segundo Vladimir Putin, que comentou o incidente com o bombardeiro russo Su-24, abatido na Síria pelas forças turcas, Rússia está combatendo o terrorismo no país e não um exército regular.
“Obviamente, nós nunca imaginávamos que um caça turco poderia atacar um bombardeiro desprotegido nosso. Não tínhamos intenções de entrar em guerra com a Turquia, nem com as forças armadas turcas. Neste caso teríamos agido de outro modo e com outros meios. Espero que nunca chegue a este ponto”, disse Putin aos jornalistas em Atenas, depois de uma reunião com primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.
“Ouvimos explicações das autoridades turcas, mas não ouvimos desculpas. E não ouvimos a prontidão de compensar o prejuízo. Nós ouvimos declaração de desejo de retomar as relações. Nós também queremos restaurar as relações. Mas não fomos nós que as destruímos. Fizemos de tudo para que, durante décadas, as relações Rússia-Turquia atingissem um nível de parceria e de amizade sem precedentes. E essa amizade entre o povo russo e turco realmente alcançou um nível muito alto. Era algo que valorizávamos muito. Eu até agora não entendo para que isso aconteceu”, disse o presidente russo.
“No entanto, aconteceu. Além disso, não foi só uma aeronave abatida. O piloto, que se catapultou, foi fuzilado. Isso, segundo o direito internacional, é nada menos que um crime de guerra.”
Putin disse que, além das declarações de Ancara sobre o desejo de restaurar as relações, é necessário fazer algo para isso. “Estamos em contato com representantes da parte turca, temos diversos canais. Eles sabem a nossa resposta. Esperamos passos concretos da parte deles. Por enquanto, não há nada”, concluiu o chefe de Estado da Rússia.