Escudo antimísseis é para 'conter influência russa'

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Criando o escudo antimísseis na Europa, Washington quer enviar um sinal que a Rússia não pode possuir esferas de influência na região, escreve o analista político Lawrence Davidson.

Este mês, na base militar de Deveselu na Roménia foi oficialmente inaugurado o sistema antimísseis Aegis Ashore dos EUA, alegadamente destinado a proteger a Europa Oriental contra a ameaça por parte do Oriente Médio. O segundo sistema Aegis Ashore deve ser instalado em 2018 na Polônia.

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Na semana passada, durante a sua visita à Grécia, o presidente russo Vladimir Putin declarou que o desdobramento dos componentes americanos do escudo antimísseis na Romênia tem o efeito negativo nas relações entre a Rússia e o Ocidente. De acordo com o líder russo, este passo mina "as bases da segurança internacional".

Entretanto, Washington afirmou que "o escudo é dirigido contra os Estados 'párias', como o Irã, e também a interceptar mísseis de Moscou".

"Obviamente este desdobramento de mísseis interceptores na Europa Oriental envia uma mensagem à Rússia. E a mensagem é: 'Olhem, vocês não estão autorizados a ter esfera de influência'. Claro, a China também não está autorizada. O único país que pode realmente ter um esfera de influência são os EUA e os seus procuradores na Europa. Isto é essencialmente a teoria de contenção da Guerra Fria aplicada no século 21", disse ele ao canal televisivo RT.

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Hans-Joachim Spanger, pesquisador alemão do Hessian Foundation for Peace and Conflict Studies (Fundo Hessian para a Paz e Estudos de Conflitos) expressa a mesma opinião.

É praticamente impossível que Teerã ataque os países europeus ou as bases americanas na Europa, pois isto acenderia um conflito militar e, provavelmente,  quem sofreria mais seria o próprio Irã, disse ele numa entrevista ao jornal Franfurter Rundschau.

Lawrence Davidson também comentou a afirmação de Putin de que os EUA podem instalar mísseis de longo alcance na Roménia sem nenhum conhecimento da última.

"Penso que o governo russo tem razão para preocupações. É notória a hipocrisia de tudo isto", disse o analista.

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Segundo ele, a Romênia também deve estar preocupada por os EUA instalarem os seus mísseis no país.

"De que maneira a Rússia deve responder? Ela intenta deslocar os seus próprios mísseis para áreas próximas à fronteira oriental, em particular à Romênia.  <….> Com este passo, a Romênia se tornou um íman e a Polônia também.  Não pode ter tais armamentos no seu arsenal sem ficar na mira, em caso de resposta por parte da Rússia. É a lógica da situação", sublinhou ele.

A aliança tem aumentado a sua presença militar na Europa, em particular nos países da Europa Oriental fronteiriços da Rússia,  desde 2014, usando a alegada interferência da Rússia no conflito ucraniano como pretexto.

Moscou avisou repetidamente a OTAN que tais ações provocativas podem afetar a estabilidade regional e global.

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