Mas ele deixou claro que Moscou continuará considerando válido o artigo 9º da Declaração conjunta soviético-japonesa de 1956 sobre a possibilidade de transferência para o Japão das ilhas Shikotan e dos ilhéus Habomai depois da conclusão de um tratado de paz. O especialista do Centro dos Estudos Estratégicos Anatoly Koshkin explica o que isso significa à agência Sputnik:
"Em 1956, o líder soviético Nikita Khruschev concordou em entregar as ilhas Habomai e Shikotan, como um gesto de boa vontade, tendo em conta os interesses dos japoneses comuns, especialmente os pescadores. Ao mesmo tempo, ele disse que isto foi a concessão máxima e que Moscou se recusa a considerar outras pretensões territoriais do Japão. Percebendo isso, o primeiro-ministro japonês Ichiro Hatoyama, assinou a declaração conjunta, que foi depois ratificada pelos parlamentos de ambos os países. Os documentos mostram que a transferência das ilhas de Habomai e Shikotan era o objetivo final do governo japonês de então e que a apresentação das pretensões seguintes, relativamente a outras das Ilhas Curilas, foram incitadas pelos norte-americanos, nomeadamente pelo secretário de Estado John Dulles. Portanto, os governos do Japão e dos Estados Unidos têm a responsabilidade pelo fato de os acordos fixos na Declaração Conjunta não terem sido cumpridos".
Respondendo à pergunta que se era possível hoje retornar à situação de meados dos anos 50, o especialista disse:
Anatoly Koshkin manifesta a sua teoria sobre o que o Japão deve fazer para manter Moscou nessa posição de reconhecimento da eficácia dos artigos da Declaração Conjunta sobre a transferência de Habomai e Shikotan:
"O governo japonês deve fazer uma declaração de reconhecimento da situação territorial decorrente do fim da Segunda Guerra Mundial e a legalidade da soberania russa sobre todas as Curilhas. Ao mesmo tempo, deve desistir de todas as pretensões para a ‘devolução’ destas ou outras áreas, o que pode ser considerado como uma tentativa para mudar os resultados da Segunda Guerra Mundial".