Uma alternativa às falhas do capitalismo
A proposta foi lançada ainda em 2010 por oito professores universitários e se resume ao seguinte:
“O Estado deve adotar uma lei que assegure, sem quaisquer condições, uma renda permanente a qualquer cidadão suíço, que lhe permita viver com esse dinheiro”.
Os especialistas justificaram a ideia pelo fato de o trabalho e a renda virem no futuro a estar inevitavelmente desassociados, pois cada vez mais a tecnologia está substituindo a atividade humana nos países desenvolvidos. Eles propõem ultrapassar desta forma as falhas do capitalismo e libertar as capacidades humanas das obrigações econômicas.
A medida, que suscita admiração e inveja na Europa de Leste, também fará os cidadãos mais felizes: eles poderão ter a profissão que quiserem sem se preocupar com o salário.
Experimentos deram certo
Projetos semelhantes à escala regional foram testados em diversos países — mas a possibilidade de tal ser implementado em larga escala é inédita.
Os experimentos realizados mais tarde mostraram que a renda mínima universal ajudará o Estado a cortar os gastos na esfera social. Os lares e centros de abrigo poderão cobrar o pagamento pelos serviços e, consequentemente, concorrer. E não há melhor método de cortar os custos do que a concorrência.
O Governo está contra
O governo da Suíça pronunciou-se abertamente contra a proposta. Segundo eles, os subsídios existentes não podem ser substituídos por uma renda fixa, isso não irá suprir todas as necessidades sociais.
Além disso, o governo destaca que parte da população com renda inferior a 2500 francos não teria mais incentivos para trabalhar e, para além disso, vai atrair imigrantes indesejados.
Opinião dos eleitores
Segundo as últimas sondagens, cerca de 72% da população e uma grande maioria dos cantões deverão rejeitar a proposta no referendo (as iniciativas devem ser aprovadas não só pela maioria dos eleitores, mas também por mais de metade dos cantões).
Enquanto a esquerda considera a ideia uma “limitação dos direitos dos pobres”, os partidos de direita opinam que representará uma ameaça ao crescimento econômico. No final, parece que só os românticos e radicais vão votar a favor da renda mínima universal.