"Um pedido oficial chegou ao escritório do secretário-geral para um encontro com o vice-príncipe herdeiro e, assim que pudermos confirmar alguma coisa, vamos confirmar", declarou nesta sexta-feira o porta-voz da secretaria-geral da Organização das Nações Unidas, Stéphane Dujarric.
No último dia 2, Ban Ki-moon colocou a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen na lista anual de responsáveis pela morte de crianças, apresentado um informe que denunciava atrocidades cometidas por Riad e seus parceiros, acusados de responder por 60% das 785 mortes registradas ao longo do último ano no país, inclusive com ataques diretos contra escolas e hospitais. Quatro dias depois, no entanto, a medida foi revogada pelo próprio secretário-geral da ONU e a coalizão saudita foi retirada da lista, após supostas ameaças de que Riad deixaria de financiar importantes programas das Nações Unidas.
A decisão de retirar a Arábia Saudita dessa lista negra, em caráter temporário, segundo a organização, foi seguida de protestos por diversos grupos internacionais de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional, o Human Rights Watch e a Oxfam, que continuam pressionando a ONU para voltar atrás.
Em 8 de junho, o embaixador saudita Abdallah Al-Mouallimi enviou uma carta a Ban Ki-moon pedindo que o secretário e as Nações Unidas revessem detalhes de suas fontes de informações sobre violações dos direitos das crianças durante conflitos armados. De acordo com Stéphane Dujarric, essa carta ainda não foi respondida.