A propósito do desejo dos EUA em reiniciar a Guerra Fria

© Sputnik / Aleksey Nikolskyi / Acessar o banco de imagensRussian President Vladimir Putin, right, and U.S. President Barack Obama have a meeting within the framework of the G8 summit in Northern Ireland, 17 June 2013
Russian President Vladimir Putin, right, and U.S. President Barack Obama have a meeting within the framework of the G8 summit in Northern Ireland, 17 June 2013 - Sputnik Brasil
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O Congresso dos Estados Unidos propôs uma lei que procura restabelecer a época da Guerra Fria para combater a espionagem russa. Patrick Armstrong, ex-conselheiro político na embaixada canadense em Moscou e analista da antiga União Soviética e da Federação Russa, detalhou as razões pelas quais os EUA querem reiniciar a Guerra Fria.

O site BuzzFeed, de Nova York, relatou recentemente, citando uma fonte anônima do serviço de inteligência dos EUA, que a legislação em questão apela a fazer reviver um grupo, apontado pelo presidente, para combater "espiões russos e assassínios financiados por eles" nos EUA, bem como para investigar o financiamento da "manipulação midiática" russa.

"Nunca se deve esquecer que todos estes tipos de lei, na verdade, colocam dinheiro em bolsos de algumas pessoas", disse Armstrong à emissora Sputnik.

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O analista afirma que há dinheiro por trás da invenção e promoção constante de uma "ameaça russa". O Exército dos EUA está atualmente se dedicando a projetos "fabulosamente" caros que "nunca realmente chegam ao fim, mas todo o mundo gasta enormes montantes de dinheiro". Jogar com a cartada dos " russos maus "é uma boa maneira para estimular os negócios, declarou ele.

"Meu favorito foi Panama Papers. Ha! Finalmente temos a prova de que Putin está roubando dinheiro e o escondendo no estrangeiro ", [embora] o nome de Putin não aparece nos documentos, [mas] hoje temos a teoria de que, obviamente, é Putin quem está por trás do vazamento dos documentos ", observou Armstrong. "Não há limite para este ridículo".

Um outro motivo, sugere Armstrong, é a determinação para expandir a OTAN, em uma tentativa de obter "um melhor controle das coisas".

"Em algum momento", afirmou ele, "ao longo da linha, [os EUA] perceberam que a expansão da OTAN — quando participação da OTAN significa fazer implodir a Líbia, ou se juntarem para cumprir uma terceira década de guerra perdida no Afeganistão — não era para puxar novos membros, mas sim para tentar reviver a velha ameaça russa."

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Armstrong prevê que a lei será provavelmente aprovada, mas observou que a ideia de um "grande inimigo" não é realmente popular. De acordo com uma pesquisa recente, apenas 1/3 dos americanos considera a Rússia como uma ameaça para alguém.

Quanto à reação de Moscou, Armstrong disse que a Rússia não quer a guerra e, junto com a China, está desempenhando um papel "inteligente".

"[A Rússia] está jogando um jogo muito mais inteligente do que qualquer país no Ocidente", disse ele. "O problema está a gerar a queda do império americano. Em 20 a 30 anos, quando a China, a Rússia, o Irã, a Índia forem muito mais importantes do que são hoje, e os EUA estiverem definitivamente em declínio, o truque é chegar lá, a partir daqui, sem fazer explodir tudo. Os últimos dias de um império em declínio são sempre muito perigosos."

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