Em entrevista para a Sputnik, Cirai chamou este passo de "violação grave do protocolo" e da Constituição do país.
"Agora todos os mecanismos de governação em todas as áreas, inclusive na política externa, ficam nas mãos do presidente. Uma prova evidente disso é o fato de que o chefe de Estado, por iniciativa própria, ter realizado um encontro com o ministro da Energia de Israel deixando o primeiro-ministro, digamos, fora de bordo. Um dos altos responsáveis oficiais da chancelaria turca disse-me que não tem mais informações sobre este encontro, que foi realizado em contradição com o protocolo diplomático", disse o deputado.
Segundo Cirai, o fato da existência desse encontro e seus detalhes são mantidos em grande segredo. Muitas publicações dizem que no processo de normalização foi atingido um progresso significativo, mas na sua opinião, isso é uma fantasia.
"O acordo turco-israelense é uma derrota total do autor da estratégia utópica na política externa da Turquia que levou o país para um pântano sangrento", disse.
As relações entre os dois países se deterioraram depois do incidente com a Flotilha da Liberdade em 2010, quando seis navios, entre eles um sob bandeira turca, tentaram se aproximar da Faixa de Gaza levando a bordo ajuda humanitária e ativistas. A flotilha foi bloqueada e atacada pelas forças israelenses. Em resultado, oito cidadãos turcos foram mortos.
A Turquia respondeu expulsando o embaixador israelense do país e retirando o seu embaixador de Israel e, além disso, exigiu desculpas oficiais de Israel, bem como compensações para as famílias das vítimas.